Relator quer redirecionar CPI do INSS para ‘alvo maior’ dos empréstimos consignados de bancos

[Editada por: Marcelo Negreiros]

BRASÍLIA – O relator da CPI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), afirmou ao Estadão que foco do colegiado precisa ser reajustado para investigar suspeitas relacionadas a empréstimos consignados oferecido por bancos. Por enquanto, a apuração dos órgãos de fiscalização têm se concentrado nas fraudes nos descontos associativos, tema que o relator diz já estar “encaminhado”.

Segundo ele, as fraudes com consignados podem chegar a R$ 70 bilhões, caso o montante de adesões não autorizadas feitas por associações de aposentados tenha sido replicado por bancos. O valor é dez vezes maior que o rombo mapeado até agora com as associações, entre 2016 e 2025.

“Não dá para cravar hoje se consignado está na mesma proporção de ausência de autorização válida que o das associações. Imagine se tivermos, por expectativa, 50%. Já é muito dinheiro”, disse.

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou que 97,6% dos 1.347 beneficiários pesquisados afirmaram que não deram autorização para associações aplicarem descontos nos pagamentos. Os dados foram detalhados durante o depoimento, na semana passada, da diretora de Auditoria de Previdência e Benefícios da CGU, Eliane Viegas Mota.

O órgão tem uma auditoria em andamento sobre consignados, iniciado em março deste ano. Um levantamento anterior da CGU, de 2023, apontou um série de falhas nesse mecanismo.

Entre elas, baixa qualidade das informações registradas, averbações de empréstimo consignado sem o cumprimento dos critérios, inexistência de acompanhamento periódico pelo INSS do cumprimento das normas e falta de divulgação de informações mínimas previstas.

“Temos perspectiva de termos mirado num alvo e acertado em um outro, muito maior do que pensávamos. Um horizonte muito maior de investigação se abriu”, afirmou Gaspar.

O plano de trabalho inicial da CPI designou para uma segunda fase a tarefa de se debruçar sobre empréstimos consignados. Para o relator, entretanto, o cronograma não pode ser engessado dessa forma, principalmente depois dos elementos trazidos nos depoimentos colhidos até agora, sobretudo pela diretora da CGU.

A CPI tem informações de que as suspeitas relacionadas a supostas fraudes nos consignado envolvem tanto pequenos quanto grandes bancos.

[Por: Estadão Conteúdo]

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