A prisão de Rodrigo Bacellar, atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), marca um momento sombrio na história da instituição, sendo ele o segundo a ser detido enquanto ocupava o cargo máximo. O episódio evoca memórias de 2017, quando Jorge Picciani, também presidente da Alerj na época, foi preso sob suspeitas de corrupção.
Picciani e a Onda de Prisões em 2017
A detenção de Jorge Picciani em 2017 não foi um caso isolado. Na mesma operação, foram presos também Paulo Mello, ex-presidente da Casa, e Edson Albertassi, que liderava o governo na assembleia. A investigação apontava para um esquema de propina envolvendo empreiteiras, onde os deputados teriam recebido vantagens indevidas por anos.
Segundo o relator do processo na época, Abel Gomes, havia uma “indicação suficientemente comprovada de que os três deputados receberam por anos a fio” valores para favorecer um determinado grupo de empresas. A operação da Polícia Federal (PF) visava desarticular um esquema que, segundo as autoridades, movimentava milhões de reais em troca de favores legislativos.
O Vínculo com o Crime Organizado e a Busca por Votos
A investigação que levou à prisão de Rodrigo Bacellar aponta para um atuação do presidente visando manter um vínculo com o Comando Vermelho (CV) em troca de “milhões de votos” no Rio de Janeiro. A Polícia Federal alega que Bacellar teria agido para solidificar essa aliança, que seria crucial para sua carreira política e para a manutenção de seu poder na Alerj.
Essa conexão com organizações criminosas, se comprovada, representa um ataque direto às instituições democráticas e levanta sérias preocupações sobre a integridade do processo eleitoral e da representação popular no estado. A influência do crime organizado na política é um tema recorrente e de extrema gravidade.
Um Padrão Preocupante na Liderança da Alerj
A repetição de prisões de presidentes da Alerj em exercício sugere um padrão preocupante de conduta na liderança da casa legislativa. A sociedade fluminense anseia por transparência e ética em seus representantes, e casos como estes minam a confiança pública nas instituições.
É fundamental que as investigações sigam seu curso com rigor e que os responsáveis sejam punidos, garantindo que tais práticas não se repitam. A Alerj precisa passar por um processo de renovação e fortalecimento de seus mecanismos de controle interno para evitar que a história se repita mais uma vez.
Descubra mais sobre MNegreiros.com
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
