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Sinceridade

Se há uma coisa que se nos incomoda profundamente é a sinceridade. Ninguém é muito afeito à sinceridade, porque sinceridade não é um rompante de sentimento.

Não é fácil ser sincero, as pessoas não se acostumam com a franqueza que acompanha a verdade e, nos mais das vezes, é o medo, esse sim, num sentimento de não ser aceito, que nos exclui, que nos torna “incompreendidos”. E a consequência desse medo é a conduta da mentira: mentimos para sermos aceitos, mentimos para justificar nossas falhas, mentimos para impor a ilusão de que somos algo que não somos.

Em geral pregamos o que não praticamos e sempre procuramos justificar com a síndrome do João Grilo: “não sei, só sei que foi assim”, ou então “o mundo é assim mesmo”. A mentira passa a ser um mal necessário e as pessoas não ficam prontas para a verdade nunca. No fundo somos covardes e nossos medos nos levam a mentir, a omitir, a nos esconder, cobertos pelo manto da mentira. A falta da verdade passa a ser como numa sala de espelhos, que só reflete imagens falsas, e nos imaginamos refletidos nesses espelhos e não percebemos que as pessoas do outro lado estão nos enxergando através dele.


A falta de consciência de reconhecer nossos erros e, principalmente, de confessá-los, é quem não nos deixa descer do pedestal, de levantar o tapete onde escondemos o lixo de nossas ações e atitudes e limpar toda a sujeira ali escondida. De abrir o baú onde guardamos nossas máscaras e ter a coragem de jogá-las fora, ou, melhor ainda, de expô-las, deixar que as pessoas vejam a nossa verdadeira face. Temos medo de que nos achem feios, que se assustem com o que realmente somos.

Repito o que li outro dia: as pessoas no fundo não são más ou falsas, elas são tolas e covardes. Ninguém engana ninguém, somos nós quem nos enganamos a nós mesmos.

Ednamai R. Nobrega – Analista de Sistemas


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