[Editada por: Marcelo Negreiros]
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), lançará na quarta-feira, 23, uma linha de crédito com juros subsidiados para exportadores paulistas. A medida é mais uma sinalização do chefe do Executivo aos empresários, que ficaram insatisfeitos com a resposta inicial de Tarcísio à tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O tarifaço entra em vigor no dia 1º de agosto.
O governador adiantou nesta terça-feira, 22, que a medida estava no forno, mas sem divulgar os detalhes. A Coluna do Estadão teve acesso aos dados com exclusividade.
A linha de crédito “Giro Exportador” disponibilizará R$ 200 milhões com taxas de juros a partir de 0,27% ao mês mais a inflação. O prazo para pagamento é de até 60 meses, com carência de até 12 meses inclusa nesse período. Cada cliente pode financiar até R$ 20 milhões.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP
“Estamos disponibilizando ao empresariado paulista um conjunto de medidas para preservar a operação das empresas e os empregos gerados por elas. Uma delas é essa nova linha de crédito, que oferece condições facilitadas e taxas reduzidas para garantir fôlego financeiro às empresas que podem ser impactadas por uma possível nova tarifa”, declarou Tarcísio.
Outras medidas em gestação são o pagamento de créditos de ICMS acumulados pelos exportadores e a ampliação do Fundo Garantidor para viabilizar mais acesso ao crédito com menos exigência de garantia.
Depois de culpar o governo Lula pela tarifa e não criticar expressamente a medida de Trump, Tarcísio ajustou seu discurso e passou a focar nos impactos negativos da taxação na economia paulista.
Ele promoveu uma reunião de empresários com o encarregado de negócios da Embaixada americana na semana passada e busca contato com governadores e empresas americanas para expor como a tarifa também prejudica a economia dos Estados Unidos.
A postura foi criticada por uma ala do bolsonarismo liderada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que defende que qualquer negociação precisa ser precedida de uma “anistia ampla, geral e irrestrita” no Brasil. O fogo amigo só foi interrompido após o próprio Jair Bolsonaro (PL) entrar em campo para mediar uma trégua entre o filho e o governador paulista.
[Por: Estadão Conteúdo]
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