O novo presidente nacional do PT, Edinho Silva, afirmou nesta quarta-feira (9) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o “maior líder fascista do século 21”. O dirigente apontou que a defesa da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner por Lula não pode ser comparada com o posicionamento de Trump em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pois, segundo ele, o republicano é um “presidente autoritário”.
Eleito nesta semana para o cargo, Edinho destacou que suas críticas a Trump são pessoais e não foram discutidas pelo partido. Cristina foi condenada por corrupção e cumpre prisão domiciliar. Na semana passada, o mandatário brasileiro visitou a aliada e posou para fotos segurando um cartaz com a frase “Cristina libre”, uma referência ao “Lula livre” entoado por militantes de esquerda quando o petista estava preso.
Questionado se o fato de Lula criticar a decisão da justiça argentina seria um ataque à soberania do país vizinho, o dirigente apontou que a visita de Lula a Cristina teve caráter “pessoal”. Para Edinho, as manifestações de Trump têm o objetivo de atingir o bloco dos Brics e impedir que os países achem uma alternativa comercial aos Estados Unidos.
“Ninguém pode sair da relação com os EUA. Se alguém criar uma alternativa será retaliado […] E logo depois, ele [Trump] se posiciona politicamente. A gente tem que analisar no contexto. A embaixada americana se posiciona, em território brasileiro, eu acho uma afronta”, disse o novo presidente do PT em entrevista à Globonews.
“Na verdade, é um posicionamento autoritário, porque ele não está fora de contexto, é o mesmo presidente que persegue imigrantes, que exigiu que a prefeita de Washington apagasse das ruas a frase ‘vidas pretas importam’. É um posicionamento de um presidente autoritário, na minha avaliação, o maior líder fascista do século 21”, acrescentou.
Mais cedo, Trump afirmou que anunciará ainda nesta semana novas tarifas sobre produtos importados do Brasil. O anúncio ocorre em meio a escalada das tensões entre os dois países. “O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós. Nada bom. Vamos divulgar os dados do Brasil, creio eu, mais tarde, neste dia ou amanhã de manhã”, disse o republicano.
Além disso, a Embaixada dos EUA no Brasil endossou publicamente o posicionamento do líder americano sobre Bolsonaro. Em resposta, o Itamaraty convocou o encarregado de negócios da representação diplomática, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos.
Edinho destacou que o Brasil não é “um puxadinho” dos Estados Unidos e que o país não pode ser um “parceiro de joelhos”, que “recua a cada ameaça” de Trump. O dirigente disse ainda que o governo Lula defende o “diálogo” com seus parceiros comerciais e com os demais poderes da República.
[Gazeta do Povo]
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.