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Um terço dos habitantes de Tuvalu aplicou para visto de refugiado climático

Tuvalu é um pequeno país da Oceania composto por nove ilhas e atóis. A nação tem cerca de 10 mil habitantes e atividades econômicas limitadas, que envolvem pesca e a venda de domínios .tv para sites na internet. É um dos países que menos polui do mundo, mas um dos primeiros a sofrer com a crise climática.

A altitude média acima do nível do mar de Tuvalu é de menos de 3 metros. Isso significa que, com o aumento do nível dos oceanos, o país está a caminho de ficar inabitável. Dez mil pessoas provavelmente perderão suas casas e terras por causa de eventos climáticos extremos, como tempestades e enchentes.

Em 2100,  o nível do mar deve subir cerca de 72 centímetros se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual. As ilhas da Polinésia devem ficar inundadas por quase um terço do ano. É uma situação insalubre, para dizer o mínimo.

Agora, quase um terço da população das ilhas está tentando se adiantar e fugir dos efeitos das mudanças climáticas antes de Tuvalu se tornar inabitável. 3125 cidadãos do país aplicaram para um visto de refugiados climáticos para morar na Austrália.

Como funciona o visto

No fim de 2023, o governo australiano anunciou que ofereceria, a conta-gotas, o primeiro plano de migração para uma nação inteira. A ideia, seguindo o Tratado da União Falepili Austrália-Tuvalu, é conceder visto de residência na Austrália para 280 tuvaluanos a cada ano, por meio de um sorteio.

O visto para refugiados climáticos oferece acesso a quase todos os benefícios de saúde pública e segurança social que os cidadãos australianos têm direito, sem discriminação com base em doenças crônicas ou idade. Depois que os tuvaluanos conseguem o visto, eles podem voltar para o país natal quantas vezes quiserem, e até continuar morando lá. É uma possibilidade de escape, mas não uma obrigação.

A inscrição para a primeira loteria de vistos abriu no dia 16 de junho de 2025, e novas inscrições podem acontecer até 18 de julho. Por enquanto, parece que a iniciativa é um sucesso: mais de 3000 tuvaluanos já se inscreveram para tentar morar na Austrália.

Não é só benevolência do Estado australiano, claro. De acordo com Stephen Howes, da Universidade Nacional Australiana em Canberra, numa entrevista para o site New Scientist, a recompensa para a Austrália é diminuir a influência e a busca por poder da China entre as ilhas do Pacífico.

No Tratado da União Falepili Austrália-Tuvalu, que define as condições para os privilégios migratórios dos tuvaluanos, o governo australiano incluiu a cláusula de que ambos os Estados devem concordar mutuamente em acordos de defesa que envolvam as ilhas e outros países.

Esse é o primeiro acordo do tipo no mundo, mas provavelmente não será o último. Com os impactos cada vez mais intensos das mudanças climáticas, milhares de pessoas vão ver suas casas e cidades ficarem comprometidas por riscos de desastres como inundações e desabamentos. E a maioria dessas pessoas, como os habitantes de Tuvalu e de outras nações-ilhas, como o Kiribati, são os que menos contribuíram para essa crise do clima com emissões irresponsáveis de gases de efeito estufa.

As primeiras pessoas sorteadas para mudar para a Austrália vão saber do resultado até o fim de julho, e podem se mudar para o maior país da Oceania a partir do final do ano.

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[Por: Superinteressante]

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