[Editado por: Marcelo Negreiros]
Em entrevista ao programa Arena Oeste desta quinta-feira, 25, o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) destacou o papel da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), que preside, e afirmou que a influência externa sobre o Brasil exige medidas imediatas.
Ele anunciou que pretende votar um projeto de sua autoria para proibir o financiamento estrangeiro a organizações não governamentais que atuem no país. “Vamos votar esse relatório para proibir que ONGs recebam dinheiro de fora, com exceção das que fazem ajuda humanitária”, afirmou. “Todas as outras que fazem militância política disfarçada vão ser proibidas de receber dinheiro externo, principalmente as que atuam na Amazônia.”
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O deputado também acusou fundações internacionais de interferirem na política brasileira. “Usaid irrigou milhões de dólares para interferir nas eleições brasileiras”, afirmou, ao acrescentar que prepara um relatório para mapear esses repasses. Para ele, “as fundações internacionais têm seus próprios interesses e, normalmente, esses interesses não são os nossos interesses dos brasileiros”.
Barros criticou ainda a ausência de mecanismos de controle sobre ativos estratégicos do país. “O Brasil está vendendo os seus ativos estratégicos hoje a preço de banana, seja para a China, seja para a Inglaterra, seja para a Suíça”, afirmou. “Hoje o Estado brasileiro não tem nenhum instrumento para fiscalizar os seus próprios ativos.”
Anistia e resistência do STF
Na entrevista, Barros lembrou que o Congresso já se posicionou a favor da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. “O plenário da Câmara dos Deputados votou a urgência do PL da anistia, 311 deputados colocaram a sua digital e votaram sim à urgência”, declarou. Para ele, a resistência ao projeto vem do Supremo Tribunal Federal. “Precisamos aprovar anistia ampla, geral e restrita. Uma simples diminuição da pena não vai pacificar o país.”
Ele relatou que, quando foi líder da oposição, articulou pessoalmente com mais de 200 deputados do centro para convencê-los sobre a pauta da anistia. Disse também que a oposição prepara destaques ao texto do relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP), com o objetivo de modificar pontos da proposta quando for apresentada.
O deputado afirmou que a atual relação entre os poderes é desequilibrada. “Hoje o Legislativo simplesmente está de cócoras para o Judiciário”, disse. Ele adiantou que prepara uma Proposta de Emenda à Constituição para transformar o STF em uma corte constitucional com funções delimitadas: “Só vamos resolver o ativismo judicial através de uma profunda reforma do Judiciário.”
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Segundo ele, o ativismo judicial se manifesta em decisões monocráticas de inconstitucionalidade de leis, na interferência em pautas do Legislativo e em políticas públicas do Executivo. Por isso, defendeu uma reforma profunda também nos limites de atuação do Ministério Público.
Barros defendeu o fim do foro privilegiado e afirmou que o instrumento deixou de ser vantajoso para parlamentares de oposição. “Prefiro ser processado por um juiz de primeira instância, a quem eu posso recorrer, do que ser processado direto no Supremo Tribunal Federal sem direito a recurso”, declarou.
Ele também disse que a Constituição já garante imunidade de opinião aos parlamentares, mas que essa proteção tem sido desconsiderada. Criticou a rejeição da chamada PEC da blindagem, que, segundo ele, “nada mais era do que o retorno ao texto original da Constituição de 1988”.
Filipe Barros e as eleições de 2026
Barros comentou a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar. “Hoje, o presidente Bolsonaro detém o maior capital político da história recente brasileira”, afirmou. “Tirá-lo do debate público é uma tentativa de interferir no processo eleitoral do ano que vem.”
Ele também falou sobre os presos pelos atos de 8 de janeiro. “Precisamos resolver efetivamente esse problema, que é soltar essas pessoas”, disse. “Senhores e senhoras de idade que perderam dois, três anos de suas vidas por crimes que não cometeram.”
Ao final da entrevista, o parlamentar confirmou sua pré-candidatura ao Senado em 2026, com apoio do ex-presidente Bolsonaro e do governador do Paraná, Ratinho Júnior. “Ninguém pode ser candidato de si próprio, essa é sempre uma construção com base no histórico de cada um”, declarou.
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[Oeste]
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