A 1 ano das eleições de 2026, o governo vê as bancadas da Câmara e do Senado mais distantes do Planalto. Por mais que tenha perdido alguns nomes desde o pleito de 2022, quando elegeu 99 deputados e 15 senadores, o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda conta com a maioria: são 88 deputados e 15 senadores.
O fato de o partido de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser majoritário nas duas Casas dificulta a aprovação de pautas governistas. A Medida Provisória (MP) da Tarifa Social, por exemplo, quase caducou porque tanto bolsonaristas como partidos do Centrão votaram contra a matéria. No fim, acabou sendo aprovada.
Ainda que tenha o maior número de cadeiras na Câmara e no Senado, quem comanda mesmo é o Centrão, composto por partidos como União Brasil (de Davi Alcolumbre), Republicanos (de Hugo Motta), PP (de Arthur Lira) e MDB (de Renan Calheiros).
Em agosto, o União Brasil e o PP anunciaram que integrariam a composição como federação -isto significa que ambos devem votar juntos por, no mínimo, 4 anos. Foi denominada como União Progressista e é a maior federação tanto na Câmara como no Senado: tem 109 deputados e 14 senadores.
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No início do ano, o PDT integrava a base governista. Após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social, no entanto, o partido anunciou sua debandada. O motivo seria a falta de combinado com a bancada para indicar um novo nome, ainda que Wolney Queiroz seja membro do partido.
Bancadas estão dividias entre apoio a Lula ou ao nome da direita em 2026:
- O primeiro turno das eleições de 2026 está marcado para 4 de outubro;
- Tanto a base governista quanto a oposição tem exatamente um ano para articular com o eleitorado;
- O futuro do Centrão ainda é incerto: não se sabe se fecharão com o petista ou com o nome bolsonarista;
- Partidos do Centrão estão em crise por causa da dissonância entre as pautas nas duas Casas.
Apesar da falta se consonância da Câmara e do Senado em pautas polêmicas, a exemplo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que foi amplamente apoiada por deputados e sepultada por senadores, o cenário nas Casas é bem parecido: o PL detém a maioria, mas quem dita as pautas da semana são os parlamentares do Centrão.
O recado é claro: a ala bolsonarista está mais preocupada com o futuro do patrono Jair Bolsonaro do que com discussões que permeiam as comissões ou de matérias que chegam da Câmara para o Senado.
Como mostrou o Metrópoles, os deputados do PL estão irritados com os senadores correligionários que votaram contra a PEC da Blindagem. Há quem diga que houve influência de ministros da Suprema Corte e estes preferiram acatar a opinião dos magistrados a fim de acalmar a guerra fria entre os dois Poderes.
Integrante da maior federação da Casa Alta, Ciro Nogueira (PP-PI) é um dos principais articuladores das matérias de direita. Seu partido conta com outros 7 senadores.
Nessa conta, apesar de compor a segunda maior federação, o PT sofreu um recente revés na escolha da presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por falta de articulação do líder do Governo na Casa, Randolfe Rodrigues (PT-AP), o comando do colegiado acabou ficando com o Centrão. O movimento foi todo feito pela oposição na noite anterior à votação.
[Metrópoles]
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