Vice-secretário dos EUA, sobre prisão de Bolsonaro: ‘Ditadura’

[Editado por: Marcelo Negreiros]

O vice-secretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, usou as redes sociais para se manifestar sobre a decisão de prisão domiciliar do ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, 5. O político afirmou que o caso arrasta a Corte e o país para uma “ditadura judicial”.

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“Um dos desafios de ser um funcionário público é que suas ações estão sujeitas a críticas”, começou a argumentar. “Isso faz parte do contexto e você tem que esperar por isso. Aparentemente, ninguém contou isso ao ministro Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que colocou o ex-presidente Bolsonaro em prisão domiciliar e o privou do acesso a um celular.”

Na sequência, o vice-secretário de Estado dos EUA diz que o suposto crime de Bolsonaro seria, “aparentemente, criticar o ministro, o que ele agora convenientemente caracteriza como uma obstrução da justiça”. “Os impulsos orwellianos desenfreados do ministro estão arrastando sua Corte e seu país para o território desconhecido de uma ditadura judicial”, concluiu Landau.

A decisão de Moraes sobre Bolsonaro, e a reação dos EUA

Ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Valter Campanato/Agência BrasilEx-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Nesta segunda-feira, 4, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, em virtude do que ele entendeu ser descumprimentos de medidas cautelares pré-estabelecidas pela Corte.

“A participação dissimulada de Bolsonaro, preparando material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o STF e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito às medidas cautelares anteriormente impostas”, argumentou o juiz, em alusão aos atos “Reage, Brasil”, que ocorreram no último fim de semana em todo o Brasil. De acordo com Moraes, as medidas cautelares em vigor foram desrespeitadas, “mesmo com a imposição anterior de restrições menos severas”.

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A decisão do magistrado inclui:

  • Uso de tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de visitas, salvo por familiares próximos e advogados;
  • Recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.

Pouco depois, o Gabinete de Assuntos do Hemisfério Ocidental publicou uma nota oficial em que condenou a ordem do ministro. O órgão do Departamento de Estado dos Estados Unidos é responsável pelas relações com países do continente americano.

Na postagem, o governo norte-americano afirma que Moraes é agora um “violador de direitos humanos sancionado pelos EUA”. Além disso, o acusa de utilizar as instituições brasileiras “para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.

Leia também: “O tirano do Brasil”, reportagem de Cristyan Costa e Silvio Navarro publicada na Edição 280 da Revista Oeste

O texto continua com uma crítica às novas restrições. “Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público”, afirma. “Deixem Bolsonaro falar!”.

Ainda segundo o comunicado, “os EUA condenam a ordem de prisão domiciliar imposta por Moraes a Bolsonaro e responsabilizarão todos os que ajudarem e facilitarem essa conduta sancionada”.

[Oeste]

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