Dois ativistas climáticos colaram as próprias mãos em uma pintura de Vincent van Gogh (1853-1890) na quinta-feira 30 como forma de protesto pelo movimento Just Stop Oil, que pede o fim de novas extrações de petróleo e gás. A obra está exposta na Galeria Courtauld, em Londres, na Inglaterra.
De acordo com os manifestantes da organização ambientalista, a intenção do protesto era exigir um maior apoio das instituições de arte “na resistência civil.” Um dos ativistas, Louis McKechnie, 21 anos, lamentou a ação contra a pintura, mas afirma ter sido necessário: “Lamentamos… Não gostamos de fazer isso, estamos grudados nessa pintura, nessa pintura magnífica, porque temos medo do nosso futuro.”
Louis McKechnie, 21, from Weymouth in Dorset and Emily Brocklebank, 24, a psychology student from Leeds have glued onto a Vincent Van Gogh painting at the @CourtauldGall in London.
Read more here: https://t.co/6QATy0TXJF— JustStopOil (@JustStop_Oil) June 30, 2022
Em um comunicado publicado no próprio site, os organizadores do Just Stop Oil justificaram o atentado contra a pintura Peach Trees in Blossom (1889), que retrata a vista de uma planície do sul da França, no início da primavera. De acordo com o movimento, a paisagem foi escolhida porque a região retratada poderá sofrer uma seca severa em breve.
“É imoral que as instituições culturais fiquem paradas e observem enquanto nossa sociedade entra em colapso”, afirmaram os manifestantes. “Galerias devem fechar. Diretores de instituições de arte deveriam pedir ao governo que pare imediatamente todos os novos projetos de petróleo e gás.”
Outros crimes
Acompanhado desta vez por Emily Brocklebank, uma mulher de 24 anos, Louis McKechnie já esteve envolvido em outros crimes em nome da organização ambiental. O jovem foi preso 20 vezes e chegou a passar seis semanas na prisão depois de ter bloqueado uma estrada em Londres.
O grupo ainda compartilhou nas redes sociais um vídeo que mostra a polícia de Londres subindo as escadas da Galeria Courtauld para prender os manifestantes.
Na legenda, os adeptos ao Just Stop Oil escreveram: “Uma obra de arte recebe essa proteção e preocupação do Estado enquanto os povos da Etiópia, Somália, Índia, Paquistão, EUA, Austrália (para citar alguns) que sofrem com as mudanças climáticas AGORA são ignorados e deixados.”
A piece of art receives this protection and state concern. Whilst people’s in Ethiopia, Somalia, India, Pakistan, the USA, Australia (to name a few) who are suffering from climate change NOW get ignored and left.
What’s more important? This painting? Or a future?! #JustStopOil pic.twitter.com/rFfozEPlYE— JustStopOil (@JustStop_Oil) June 30, 2022
Recomeço
Depois de ter a obra vandalizada, a Galeria Courtauld informou que a sala onde a tela estava exposta foi “imediatamente fechada ao público”. A pintura, felizmente, não sofreu danos. Os organizadores esperam reabrir o espaço nesta sexta-feira 31.
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