O músico Jeff Lynne, fundador e vocalista da Electric Light Orchestra (ELO), segue em tratamento médico após o cancelamento de sua apresentação programada para o dia 13 de julho de 2025 no festival BST Hyde Park, em Londres. O show, altamente aguardado, seria um dos momentos mais emblemáticos da turnê final do grupo, batizada de “Over and Out”.
Segundo reportagens publicadas pela imprensa internacional, como Vulture, Entertainment Weekly e Pitchfork, Lynne teria sido diagnosticado com uma infecção sistêmica grave, que o levou a interromper a série de apresentações da ELO no Reino Unido. O show anterior, marcado para o dia 10 de julho em Manchester, já havia sido cancelado, indicando que algo não ia bem com a saúde do músico.
Até o dia 16 de julho, não havia qualquer manifestação oficial nos canais do artista ou da banda. Todas as informações foram extraídas de fontes confiáveis da imprensa internacional, que relataram ainda que Jeff Lynne deve permanecer afastado para tratamento e reabilitação, sem previsão de retorno aos palcos.
Uma despedida anunciada com nostalgia e entusiasmo
A turnê “Over and Out” foi anunciada em março de 2024 como a última série de shows ao vivo da Electric Light Orchestra, encerrando uma trajetória de mais de 50 anos de uma das bandas mais influentes da música pop e sinfônica. A proposta era clara: um adeus grandioso, repleto de tecnologia de ponta, clássicos atemporais e uma viagem sonora através de faixas como “Mr. Blue Sky”, “Telephone Line”, “Don’t Bring Me Down” e “Livin’ Thing”.
A turnê começou nos Estados Unidos e, ao longo de 2024, passou por arenas lotadas em cidades como Los Angeles, Nova York, Chicago e Atlanta. Com uma produção sofisticada e uma performance que equilibrava nostalgia e precisão técnica, os shows foram celebrados por fãs e pela crítica como um tributo digno ao legado da banda.
No Reino Unido, os ingressos para as datas finais — com destaque para Hyde Park, Manchester e Birmingham — esgotaram rapidamente. A expectativa era de que as últimas apresentações selariam a despedida definitiva de Jeff Lynne dos palcos.
Cancelamentos e preocupação com a saúde
Os primeiros sinais de alerta surgiram durante a etapa britânica, com fãs notando que Lynne aparentava cansaço e limitações vocais. A performance, embora ainda carismática, dava indícios de que o veterano músico enfrentava dificuldades físicas crescentes.
O cancelamento do show em Manchester, no início de julho, foi atribuído a “motivos médicos”, sem detalhes. Porém, o anúncio posterior da cancelamento da apresentação no Hyde Park, um dos marcos culturais da música britânica, confirmou a gravidade da situação.
Segundo o site Vulture, os médicos recomendaram o afastamento imediato de Lynne das atividades da turnê, priorizando sua recuperação e cuidados de saúde. O show, até então considerado a “despedida simbólica” do artista em seu país natal, foi definitivamente cancelado e não será reagendado, de acordo com as produtoras do festival.
Apoio do público e respeito ao legado
Mesmo diante do cancelamento, centenas de fãs se reuniram no Hyde Park no dia do show como forma de homenagear a carreira de Jeff Lynne. Muitos usavam camisetas com logos da ELO, tocavam as músicas em caixas portáteis e transformaram o local em uma celebração espontânea da trajetória da banda.
A decisão de cancelar os shows, embora difícil, foi recebida com compreensão e empatia — especialmente considerando o histórico de dedicação de Lynne ao longo de seis décadas de música. Aos 77 anos, ele segue como uma das figuras mais respeitadas da indústria, tendo atuado não só à frente da ELO, mas também como produtor e colaborador de artistas como Tom Petty, George Harrison, Paul McCartney e no projeto Traveling Wilburys.
O futuro em pausa
Até o momento, não há previsão de novas datas nem confirmação de que a turnê será retomada. O foco da equipe e da família de Jeff Lynne é garantir que o músico se recupere com tranquilidade, longe dos holofotes e da pressão das agendas.
Seja esse realmente o encerramento da ELO nos palcos ou apenas uma pausa imprevista, o fato é que o legado musical de Jeff Lynne permanece intacto. Seus arranjos sinfônicos, suas harmonias meticulosas e sua visão artística singular ajudaram a moldar o som pop contemporâneo — e continuarão a influenciar novas gerações, mesmo quando os aplausos do palco silenciarem.
ELO e Jeff Lynne: uma história de inovação sonora e colaborações lendárias

Toque para aumentar
Fundada em 1970, em Birmingham, Inglaterra, a Electric Light Orchestra surgiu com uma proposta ousada: fundir o rock clássico com arranjos orquestrais, cordas, sintetizadores e uma forte influência dos Beatles, especialmente na fase psicodélica e barroca do grupo de Liverpool.
Sob a liderança de Jeff Lynne, a ELO rapidamente se destacou pela sonoridade única — marcada por violoncelos, violinos, pianos elétricos e harmonias vocais densas, sempre envoltas em uma estética grandiosa, quase cinematográfica. O grupo ganhou notoriedade mundial com álbuns como Eldorado (1974), A New World Record (1976), Out of the Blue (1977) e Discovery (1979).
Entre os maiores sucessos da banda estão faixas como “Mr. Blue Sky”, “Telephone Line”, “Don’t Bring Me Down”, “Evil Woman”, “Sweet Talkin’ Woman” e “Livin’ Thing” — todas ainda recorrentes em trilhas sonoras, comerciais e playlists retrô em todo o mundo.
Trilhas sonoras inesquecívies e o diálogo com o cinema
A Electric Light Orchestra também deixou sua marca no cinema. Um dos casos mais emblemáticos foi a colaboração na trilha sonora do filme Xanadu (1980), estrelado por Olivia Newton-John. Embora o filme tenha dividido opiniões na crítica, sua trilha sonora — com canções como “All Over the World”, “I’m Alive” e a faixa-título “Xanadu” — tornou-se um sucesso comercial e cultuada até hoje.
Músicas da ELO também foram usadas em longas como Guardians of the Galaxy Vol. 2, Boogie Nights, Eternal Sunshine of the Spotless Mind e The Magic Roundabout, provando a capacidade da banda de transcender gerações e ambientes culturais.
Assista a um dos momentos mais mágicos do filme Xanadu, ao som de All Over the World, da ELO — com Gene Kelly e Olívia Newton-John, elenco estelar e coreografias inesquecíveis:
Jeff Lynne e os Traveling Wilburys: uma superbanda, um capítulo à parte

Toque para aumentar
Para além da ELO, Jeff Lynne consolidou sua reputação como um dos produtores mais respeitados da história da música ao integrar, no final dos anos 1980, o Traveling Wilburys — supergrupo que reunia Bob Dylan, George Harrison, Tom Petty e Roy Orbison.
O projeto, inicialmente improvisado, deu origem ao álbum Traveling Wilburys Vol. 1 (1988), que se tornou um sucesso de crítica e público. Com faixas como “Handle With Care” e “End of the Line”, o grupo provou que Lynne era mais do que um maestro pop-sinfônico: era também um arquiteto sonoro versátil, capaz de unir diferentes estilos e gerações em torno de um som coeso, leve e sofisticado.
A influência de Lynne como produtor também se estendeu a álbuns solo de Tom Petty (Full Moon Fever, 1989) e George Harrison (Cloud Nine, 1987), além de colaborar com Paul McCartney e até com Ringo Starr, fechando o círculo com os quatro Beatles — direta ou indiretamente.
Um som que ultrapassou eras
Seja à frente da ELO ou em colaborações paralelas, Jeff Lynne ajudou a definir o som da música pop e rock das décadas de 70, 80 e 90, e influenciou artistas contemporâneos que continuam a buscar a mesma mistura de sofisticação melódica, produção detalhista e emocionalidade melódica.
Mesmo agora, enquanto se afasta dos palcos para cuidar da saúde, o impacto de sua obra segue vivo, influente e respeitado. O que ele e a Electric Light Orchestra construíram permanece como uma das páginas mais brilhantes da história da música popular moderna.
Um clássico inesquecível: “Last Train To London”
Um dos flashbacks mais queridos da Electric Light Orchestra entre os ouvintes da Antena 1 é a faixa “Last Train to London”, lançada originalmente em novembro de 1979 como parte do icônico álbum duplo “Discovery” — o mesmo que trouxe sucessos como “Don’t Bring Me Down” e “Shine a Little Love”.
Com seu ritmo contagiante e batida disco-funk, a canção marca uma virada pop na sonoridade da ELO e se destaca pelo uso criativo de sintetizadores combinados com cordas, criando um groove elegante e atemporal. A letra fala sobre perder o trem da última chance, em tom romântico e nostálgico, funcionando tanto como uma metáfora emocional quanto como crônica urbana da noite londrina.
O videoclipe oficial, lançado na virada para os anos 1980, traz imagens da banda performando em estúdio sob iluminação teatral, com destaque para o carisma discreto de Jeff Lynne e os elementos visuais típicos da era pré-MTV — incluindo closes em cordas vibrando, efeitos de luz e uma atmosfera noturna que acompanha o tema da faixa.
Relembre logo abaixo esse clássico absoluto da ELO que atravessa gerações e continua embalando viagens, memórias e corações:
[Antena 1]
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