O artigo aceito, intitulado Regularização da composição: Obstáculos inesperados na melhoria da generalização de redes neurais, abordou dificuldades encontradas ao tentar desenvolver novos métodos de regularização capazes de melhorar a generalização composicional de redes neurais.
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O sistema de IA gerou todo o conteúdo do manuscrito: da formulação da hipótese à redação final, como os experimentos, a análise dos dados e a formatação do texto. O trabalho foi produzido pela The AI Scientist-v2, sistema desenvolvido para elaborar publicações científicas completas sem intervenção humana.
Três artigos foram gerados pela IA e submetidos ao workshop. Os revisores foram informados de que parte dos trabalhos poderia ter origem automatizada (três de 43 submissões), mas não sabiam quais eram.
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Apenas um dos artigos foi aceito, com notas 6, 7 e 6 — médias consideradas acima do limite de aceitação. Apesar disso, conforme acordado previamente com os organizadores, o artigo foi retirado antes da publicação final.
A iniciativa foi conduzida com autorização dos organizadores do workshop e da liderança da ICLR, além de ter recebido aprovação ética da Universidade da Colúmbia Britânica, nos Estados Unidos. Os autores humanos atuaram apenas na definição do tema geral das pesquisas e na seleção dos artigos gerados pela IA que seriam submetidos.
IA científica sob análise
Além da avaliação externa, os pesquisadores envolvidos também realizaram uma análise interna dos três trabalhos. Segundo o relatório, nenhum dos artigos atingiu o nível exigido para publicação na trilha principal da conferência, que apresenta critérios mais rigorosos.
Foram observados erros como atribuições incorretas de citações e inconsistências de formatação. Ainda assim, os textos foram considerados relevantes para discussão no ambiente de workshop, cuja proposta é apresentar ideias em estágio inicial.
Os workshops da ICLR costumam ter taxas de aceitação entre 60% e 70%, enquanto a trilha principal da conferência registra taxas entre 20% e 30%. Os organizadores afirmam que pretendem aprimorar a The AI Scientist com o objetivo de alcançar padrões mais elevados de qualidade científica.
Os responsáveis pelo projeto afirmam que a próxima etapa será continuar os testes com novos artigos e investigar limites e possibilidades da produção científica automatizada, bem como contribuir para o debate sobre como a comunidade acadêmica deve lidar com a autoria por sistemas de inteligência artificial.
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[Revista Oeste]
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