Astrônomos descobrem Quipu, a maior estrutura cós…

Galáxias são conjuntos de estrelas, poeira, gases e matéria escura que formam o Universo. Nós vivemos (assumindo que você, leitor, seja um companheiro terráqueo) na Via Láctea, uma galáxia espiral. 

As galáxias podem ser agregadas em grupos, aglomerados e superaglomerados. No nosso caso, a Via Láctea faz parte do Grupo Local, que por sua vez integra o superaglomerado de Virgem – que é parte de uma estrutura cósmica ainda maior chamada Laniakea (uma palavra havaiana que significa “céu imenso”).

Agora, um grupo de astrônomos afirma ter encontrado o que pode ser a maior estrutura em escala do universo conhecido – um grupo de aglomerados e superaglomerados de galáxias. Chamada de Quipu, essa estrutura se estende por cerca de 1,3 bilhão de anos-luz (13 mil vezes maior que a Via Láctea) e contém a massa equivalente a 200 quatrilhões de sóis.

O nome Quipu vem de um sistema de contagem utilizado pelos incas baseado em nós em cordas. Assim como cordões de um quipu, a Quipu é uma estrutura com um grande filamento principal e vários filamentos laterais.

Um quipu, uma ferramenta de contagem inca. (Wikimedia Commons/Reprodução)
Continua após a publicidade

A descoberta foi compartilhada no final de janeiro em um artigo publicado no site de pré-prints ArXiv. Isso significa que o estudo ainda não foi revisado por outros especialistas, mas já foi aceito pela revista Astronomy and Astrophysics.

Os cientistas detectaram as estruturas de Quipu a aproximadamente 425 milhões e 815 milhões de anos-luz da Terra. Estudos anteriores sugerem que estruturas ainda maiores existem mais profundamente no cosmos.

sta imagem mostra as cinco superestruturas recém-descobertas. Quipu (vermelho) é a maior estrutura encontrada no universo local. As outras são Shapley (azul), Serpens-Corona Borealis (verde), Hercules (roxo) e Sculptor-Pegasus (bege).

Continua após a publicidade

Até então, o superaglomerado de Shapley era conhecido como a maior superestrutura já descoberta, mas foi eclipsado por Quipu e outras três estruturas gigantes achadas pela mesma pesquisa: a superestrutura Serpens-Corona Borealis, o superaglomerado Hércules e a superestrutura Sculptor-Pegasus, que se estende entre as duas constelações que lhe dão o nome.

Juntas, essas cinco superestruturas contêm 45% dos aglomerados de galáxias, 30% das galáxias e 25% da matéria do universo observável, informaram os pesquisadores no artigo. No total, elas representam 13% do volume do universo.

Imagem do superaglomerado Shapley. Imagem de estrelas no universo com quatro manchas vermelhas dentro de uma grande mancha azul esverdeado.
Anteriormente considerada a maior superestrutura no espaço, O superaglomerado Shapley agora foi eclipsado por pelo menos quatro outras, incluindo Quipu. (ESA & Planck Collaboration / Rosat/ Digitised Sky Survey)/Reprodução)
Continua após a publicidade

Entender essas superestruturas é uma peça importante do complexo quebra-cabeça de recriar a história do universo. Elas influenciam, por exemplo, o fundo cósmico de micro-ondas, que é a radiação remanescente do Big Bang que está presente em todo o espaço. Essa radiação é como um eco do início do universo, e as superestruturas podem alterar sua aparência e suas medições.

Compartilhe essa matéria via:

Os cientistas também notaram que a velocidade das galáxias muda em áreas com superestruturas, onde a expansão local pode confundir as medições da expansão geral do universo, conhecida como constante de Hubble.  Além disso, a forte gravidade dessas estruturas pode curvar a luz, fenômeno chamado lente gravitacional, que distorce as imagens de objetos distantes. 

Continua após a publicidade

“Na futura evolução cósmica, essas superestruturas estão fadadas a se dividir em várias unidades em colapso”, escreveram os pesquisadores. “Portanto, são configurações transitórias. Mas, no momento, são entidades físicas especiais com propriedades características e ambientes cósmicos especiais que merecem atenção especial.”

[Superinteressante]

Source link


Descubra mais sobre mnegreiros.com

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Comente a matéria:

Rolar para cima