O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, no cargo desde maio, reverteu, nesta terça-feira, 18, o reconhecimento — feito no governo anterior — de Jerusalém Ocidental como capital de Israel.
A ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, em uma entrevista coletiva, disse que a questão deve ser resolvida como parte das negociações de paz entre Israel e Palestina.
“A Austrália está comprometida com uma solução de dois Estados na qual Israel e um futuro Estado palestino coexistam, em paz e segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”, disse a ministra do governo de centro-esquerda de Albanese.
Em 2018, o governo de coalizão conservador australiano, liderado por Scott Morrison, reconheceu formalmente Jerusalém Ocidental como a capital de Israel, revertendo décadas de política no Oriente Médio.
Morrison adotou a mesma posição do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que no final de 2017 anunciou a transferência da embaixada dos Estados Unidos em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
“Sei que isso [a decisão do governo anterior] causou conflito e angústia em parte da comunidade australiana e hoje o governo tenta resolver isso”, disse Penny, nesta terça. A ministra frisou que, apesar do reconhecimento do governo anterior, “a embaixada da Austrália sempre esteve e continua em Tel Aviv”.
A maioria dos países do mundo evita colocar embaixadas em Jerusalém, que é reivindicada por israelenses e palestinos, para não condicionar o resultado de um eventual processo de paz entre as duas partes.
Em setembro, a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, disse que considerava transferir a embaixada britânica em Israel de Tel Aviv para Jerusalém,
No caso da Austrália, a ministra de Relações Exteriores disse que a decisão não pretende ser hostil a Israel. “A Austrália sempre será um forte aliado de Israel. Fomos um dos primeiros países a reconhecer aquele país formalmente”, declarou.
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