O avião da Polícia Federal (PF) que transportou os remanescentes humanos encontrados nas buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips chegou em Brasília no começo da noite de quinta-feira, 16.
O material vai ser encaminhado para o Instituto Nacional de Criminalística, onde será periciado para confirmação da identidade.
Na quarta-feira, a PF confirmou que foram encontrados restos mortais durante as buscas realizadas com a presença do pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como ‘Pelado’. Ele confessou a participação no desaparecimento e indicou o local onde os corpos foram enterrados. Oseney da Costa de Oliveira, o Dos Santos, também foi preso pelo crime.
Diante da confissão, a PF foi até o local, onde foi realizada a reconstituição da cena do crime. Durante as escavações, as equipes encontraram remanescentes humanos em uma área de mata fechada.
As investigações continuam para apuração da suposta participação de mais pessoas no desaparecimento e para encontrar o barco utilizado pelos suspeitos para executar os crime.
Sobre o caso
Bruno Pereira e Dom Phillips foram vistos pela última vez em 5 de junho, na região do Vale do Javari, ao passar pela comunidade de São Rafael, numa área marcada por conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal.
A região do Vale do Javari é a segunda maior terra indígena do Brasil, equivalente ao território de Portugal, com pouco mais de 90 mil quilômetros quadrados. Vivem na região ao menos 10 mil indígenas.
Pereira era servidor afastado da Funai e sofria ameaças de garimpeiros que atuam na área. O jornalista, que colaborava para o jornal The Guardian, recebeu no ano passado uma bolsa da Fundação Alicia Patterson, dos EUA, para investigar a preservação e a conservação da Amazônia.
A região onde o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips morreram é dominada pelos cartéis de drogas de Miami, Medellín e Sinaloa. Reportagem do jornal Estado de S. Paulo de terça-feira 14 revela a existência de uma cadeia criminosa em plena atividade por rios, florestas e cidades da tríplice fronteira com a Colômbia e o Peru.
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