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Bolsonaro diz que não pode reconhecer crime político em morte de petista

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), disse ao portal Metrópoles, no domingo 17, que não pode reconhecer que houve um crime político no caso do petista Marcelo Arruda, morto no sábado 9. Arruda foi assassinado pelo agente penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, durante uma troca de tiros em Foz do Iguaçu, Paraná.

“Não tive acesso ao inquérito para saber se alguém chegou lá gritando que aqui é Bolsonaro ou não”, afirmou o presidente. “Lamento a morte, não interessa se chegou gritando que é Bolsonaro, ou Lula. Se tinham rixa antes.”

A fala do presidente é em resposta à condição solicitada por Luiz de Arruda, irmão da vítima, para encontrar o chefe do Executivo. “Não vou reconhecer aquilo que não tenho para ter uma entrevista com ele”, disse o presidente.

Durante o ato político “Pela Paz”, em Foz do Iguaçu, ontem, Luiz afirmou que seu irmão foi vítima de um crime político. “Eu quero que o presidente faça um pronunciamento pregando a paz e reconhecendo que meu irmão foi vítima naquela situação.”

Em 12 de julho, Bolsonaro conversou com os familiares do petista morto, por meio de uma videoconferência. O presidente convidou a família de Arruda para ir a Brasília em 14 de julho a fim de que visitassem o Palácio do Planalto e participassem de uma entrevista coletiva.

“A possível vinda de vocês a Brasília, se concordarem, qual é a ideia? É ter uma coletiva de imprensa, para falar sobre o que aconteceu”, disse o chefe do Executivo a Luiz. “Esse cara [que assassinou Marcelo], pelo que tudo leva a crer, é um desequilibrado.”

Polícia descarta motivação política

Polícia Civil concluiu, na sexta-feira 15, que não houve motivação política no assassinato de Arruda. Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum, de acordo com a delegada Camila Cecconello, em entrevista coletiva. “Não há provas de que foi um crime de ódio, pelo fato de a vítima ser petista”, disse a delegada.

Segundo ela, embora algumas testemunhas tenham dito que Arruda foi até a festa para fazer rondas, e realmente ele tinha o hábito de fazer rondas, outros depoimentos revelam que o criminoso não foi lá para fazer ronda, mas para provocar a vítima.

“Nesse primeiro momento, fica muito claro que houve uma provocação e uma discussão em razão das opiniões políticas”, disse Camila. “Agora, quando ele retorna para casa e resolve voltar, não há provas suficientes que demonstrem que ele voltou porque ele queria cometer um crime de ódio contra pessoas de outro partido político que não o dele. O que temos no inquérito é alegação da esposa. Então, é difícil nós falarmos que há um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista”, explicou.

O crime

O petista foi morto a tiros na própria festa de aniversário, que era realizada com temática do PT e o ex-presidente Lula. Guaranho foi ferido por Arruda, que também estava armado, e está internado em um hospital da cidade em estado grave. Ele teve prisão preventiva decretada, na segunda-feira 11.

Segundo a Polícia Civil, o policial penal estava em um churrasco, quando ficou sabendo que a festa de Marcelo estava acontecendo. Segundo as investigações, o atirador tomou conhecimento por meio de outra pessoa, que estava no churrasco e tinha acesso às imagens de câmera de segurança da associação onde o aniversário de Marcelo estava acontecendo.

Em seguida, de acordo com a delegada, Guaranho não fez comentários a respeito da festa. Apesar disso, o policial penal deixou o churrasco onde estava e foi para o local onde era realizado o aniversário do petista, com a mulher e o filho.

No local, houve uma discussão, e Marcelo jogou um punhado de terra dentro do carro de Guaranho. O assassino deixou o local e voltou pouco tempo depois, sozinho. Segundo o depoimento da mulher, Guaranho disse que “foi humilhado” e por isso voltaria à festa. Ainda de acordo com a polícia, o primeiro disparo foi realizado por Guaranho.

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