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Com ‘Home’, Facebook quer virar o telefone do século XXI

Quando o escocês Alexander Graham Bell desenvolveu em 1879 a primeira plataforma tecnológica capaz de transportar o som da voz humana a partir de impulsos elétricos, o então presidente americano Rutherford Birchard Hayes (1877-1881) questionou: “É uma invenção incrível, mas quem vai querer usá-la?” A máquina, que ficaria conhecida como telefone, foi uma sensação imediata e revolucionou o mundo da comunicação. Quase 140 anos depois, a pergunta voltou a ser aplicada a outra ferramenta de comunicação, o Facebook, assim que a companhia apresentou o Home, recurso que permite interação com amigos da rede social a partir de um único clique na tela principal do smartphone. “O Home parece interessante, mas quem vai querer usá-lo?”, questionam usuários da rede social. A resposta virá assim que milhões de cadastrados passarem a usar o recurso. Mas uma coisa está clara: ligar o Facebook ao telefone não é de maneira alguma uma ideia absurda.

Assim que o Home estiver instalado nos smartphones será sem dúvida mais fácil compartilhar conteúdos ou curtir informações dos amigos, por exemplo. Não será mais necessário abrir o browser ou mesmo o aplicativo da rede social.

Com a interface, o Facebook parece ter afastado de vez os boatos relativos ao desenvolvimento de um smartphone próprio. Mas, ainda que parece contraditório, com o Home, a rede social adiciona recursos de um celular a sua operação, ao unir seus principais recursos de comunicação, como a troca de mensagens instantâneas de texto entre amigos, videochamada echamadas telefônicas gratuitas via Wi-Fi ou 3G (a partir do aplicativo da rede em dispositivos móveis.)

Todas essas ações poderão ser realizadas com ajuda de poucos cliques. Basta aderir ao serviço. Assim, o Facebook se torna uma espécie de telefone do século XXI – com a questionável característica de tornar seu produto ainda mais fechado, apartando o usuário ainda mais do universo que está fora da plataforma.

Com a integração aos smartphones, a rede atinge dois alvos: usuários cansados do serviço – em grande medida jovens dos Estados Unidos, Canadá e Grã-Bretanha – e cadastrados de países em desenvolvimento, como Índia e Brasil. O objetivo é evidente: deixá-los ainda mais dependentes dos cliques na rede social. Ao alcançá-los, o Facebook pode alavancar sua receita proveniente dos smartphones e tablets, um mercado em que a rede já demonstra números respeitosos, mas que podem
 ser ainda maiores.

No ano passado, 14% de toda a receita publicitária da rede foi proveniente das plataformas móveis. A empresa eMarketer estima que em 2013 essa fatia chegue a 965 milhões de dólares, somente nos Estados Unidos — o triplo do registrado em 2012, ano em que o Facebook introduziu os anúncios em smartphones e tablets. É uma montanha de dinheiro, mas bem menos do que deve faturar o Google no mesmo segmento: 4 bilhões de dólares. Mark Zuckeberg tem uma resposta na ponta da língua para comentar a dianteira do rival: “Um em cada cinco minutos gastos em smartphones é dedicado ao Facebook.”

Esse tempo pode aumentar ainda mais com o Home, mas ainda há um longo trajeto a percorrer. Por ora, poucos usuários terão condições de testar o Home no curto prazo. Num primeiro momento, ele estará disponível apenas para o mercado americano (na Google Play) e somente para cinco modelos de smartphones: HTC One, HTC One X, Samsung Galaxy S3, Galaxy S4 e Galaxy Note II. Não há previsão para o lançamento no Brasil, nem para a integração com aparelhos com iOS (Apple), Windows Phone 8 (Microsoft) e tablets.

Há tempos que o Facebook deixou exclusivamente uma rede social do planeta. Com o Home, a empresa se gabarita para ser a principal ferramenta de comunicação. Diz o serviço, em sua página página principal: “No Facebook você pode se conectar e compartilhar o que quiser com quem é importante em sua vida”. De fato, por ora, o serviço é o mais integrado e eficiente para cumprir tal tarefa.

Fonte: Veja


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