O clima é de tensão nos bastidores do PSB na Paraíba. Com a possibilidade real de o governador João Azevêdo deixar o cargo para disputar o Senado Federal em 2026, cresce entre os pré-candidatos a deputados federal e estadual o sentimento de insegurança e abandono político. Alguns deles já falam abertamente — ainda que sob anonimato — em deixar a legenda.
“Não há segurança política em torno de nós, candidatos. Já enfrentamos dificuldades mesmo com João no governo. Imagine quando ele sair?”, declarou um dos pré-candidatos. “Dependemos totalmente do governador, que é presidente do partido, mas não age para nos fortalecer”, completou.
O cenário se agrava diante do avanço dos partidos aliados, como o Republicanos, de Hugo Motta, e o PP, de Agnaldo Ribeiro, que vêm ampliando sua força política e atraindo nomes de peso para suas fileiras. Enquanto isso, o PSB parece estagnado, sem conquistar novas adesões ou montar uma base eleitoral sólida. A falta de articulação e liderança clara tem provocado deserções estratégicas.
Exemplo disso é o ex-deputado Ricardo Barbosa, atual presidente da Companhia Docas, que mesmo sendo beneficiado politicamente pelo governo, buscou abrigo no Republicanos. O deputado federal Gervásio Maia também já sinalizou sua saída para a mesma legenda.
A fragilidade do PSB coloca em risco candidaturas promissoras, como a do ex-prefeito de Sousa, Fábio Tyrone, que busca uma vaga na Câmara Federal. Sem uma liderança forte à frente do processo, muitos temem não encontrar espaço sequer em outras legendas mais estruturadas.
Nos bastidores, lideranças reconhecem que a única saída para evitar o esvaziamento do partido é a permanência de João Azevêdo no comando do governo até o fim de seu mandato. Caso contrário, avaliam que a legenda poderá naufragar politicamente, arrastando junto nomes como Ronaldo Guerra, Nonato Bandeira e demais aliados que optarem por permanecer.
A debandada parece iminente — e o tempo para reverter o quadro está se esgotando.
Redação
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