Com queda nas vendas, três montadoras suspendem produção

O setor automotivo brasileiro enfrenta uma crise que afeta tanto a oferta quanto a demanda de veículos. De um lado, a falta de componentes, como semicondutores e pneus, dificulta a produção e aumenta os custos. De outro, a inflação, o desemprego e a queda da renda reduzem o poder de compra dos consumidores.

Diante desse cenário, pelo menos três grandes montadoras — General Motors (GM), Hyundai e Stellantis — anunciaram que vão suspender parte da produção e conceder férias coletivas aos funcionários a partir desta segunda-feira, 20 de março.

A medida visa ajustar o ritmo de fabricação à demanda do mercado e evitar o acúmulo de estoques. Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de veículos novos caíram 24,5% em 2021 na comparação com 2019, antes da pandemia.

A GM vai paralisar por duas semanas a produção da picape S10 e do SUV Trailblazer na fábrica de São José dos Campos (SP), afetando cerca de 1.200 trabalhadores. A empresa já havia interrompido temporariamente as atividades em outras unidades por causa da escassez de peças.

A Hyundai vai dar férias coletivas de três semanas para os empregados dos três turnos da unidade que produz os modelos HB20 e Creta em Piracicaba (SP). A montadora coreana também enfrenta problemas com o fornecimento de componentes eletrônicos.

A Stellantis vai suspender toda a produção dos SUVs Renegade, Compass, Commander e da picape Fiat Toro na fábrica em Goiana (PE), onde trabalham cerca de 13 mil pessoas. Os funcionários terão férias coletivas até o dia 3 de abril. Além disso, a empresa encerrou o segundo turno na planta que fabrica os modelos das marcas Peugeot e Citroën em Porto Real (RJ) e dispensou 140 trabalhadores temporários.

As paradas na produção devem impactar negativamente o desempenho do setor automotivo neste ano. Segundo projeções do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, o segmento deve apresentar uma desaceleração até 2024.

Para reverter esse quadro, as montadoras esperam uma melhora nas condições econômicas do país e uma normalização na cadeia produtiva global. Enquanto isso não acontece, elas buscam alternativas para manter as operações e preservar os empregos.

Com informações do Estadão

By Marcelo Negreiros

Jornalista militando na profissão desde 1985, trabalhando nas TVs Paraíba e Cabo Branco, afiliadas Rede Globo na Paraíba, durante 15 anos. Diplomado em 2001 pelas Faculdades Integradas de Patos.

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