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Deputada estadual é a mais votada de Santa Catarina

Com 196.571 dos votos, a deputada estadual Ana Campagnolo (PL-SC) foi a mais votada do Estado de Santa Catarina. A informação foi confirmada, no domingo 2, pelo Tribunal Superior Eleitoral. Ana é professora de história e ficou conhecida nacionalmente por seu posicionamento antifeminista nas redes sociais.

Trata-se do segundo mandato consecutivo da parlamentar. Em 2018, ela filiou-se ao PSL, na época, partido do presidente e candidato a reeleição Jair Bolsonaro (PL), e obteve mais de 34 mil votos. Natural de Itajaí (SC), Ana é professora de história e, antes de ser eleita, lecionava em escolas públicas de Chapecó (SC).

A deputada também é autora do primeiro livro antifeminista da América Latina Feminismo, Perversão e Subversão (2019). No ano passado, ela lançou seu segundo livro contra o feminismo, Guia de Bolso Contra Mentiras Feministas, em que foi organizadora com mais de dez coautores.

Ana ainda possui um curso on-line antifeminista, com vários professores, em que reúne, em diversos módulos, os aspectos históricos do mundo para explicar o movimento feminista. Além disso, também possui outros dois cursos sobre política e conservadorismo: Clube Campagnlo 1.0, 2.0 e Clube Brasil.

Em junho deste ano, a deputada reuniu 14 assinaturas para instaurar a CPI do Aborto, a fim de investigar as circunstâncias que levaram uma menina de 11 anos a abortar um bebê de 7 meses, em Florianópolis. O procedimento foi autorizado por decisão judicial. Contudo, a CPI só vai iniciar os trabalhos depois das eleições deste ano.

A luta do antifeminismo

A luta de Ana contra o feminismo começou em 2013. Na época, a deputada foi selecionada para participar de um mestrado na Universidade Pública do Estado de Santa Catarina, com o projeto “Virgindade e Família: Mudança de Costumes e o Papel da Mulher Percebido Através da Análise de Discursos em Inquéritos Policiais de Chapecó”.

A professora escolhida pela banca para orientar Ana foi Marlene de Fáveri, que ministrava a disciplina “História e Relações de Gênero”. Contudo, logo na primeira semana de aula, a parlamentar relatou que os colegas de mestrado entraram na sua página do Facebook e denunciaram para Marlene os conteúdos que a mestranda postava.

Os companheiros de classe de Ana argumentaram que os comentários dela eram “machistas e preconceituosos”. A docente então enviou um e-mail para Ana explicando que pelo posicionamento dela conservador e antifeminista, o tema de pesquisa dela não combinaria com suas ideias e nem com “as práticas acerca das conquistas feministas”.

Além disso, a professora orientou a parlamentar “analisar melhor as coisas” que ela compartilhava nas redes. “Está se expondo de forma equivocada, talvez”, escreveu Marlene. “Ou seria mesmo assim que pensas?”

Ana acabou deletando as publicações das redes sociais, a pedido da professora. Entretanto, no semestre seguinte os conflitos começaram novamente. A mestranda deu uma entrevista ao Conexão Conservadora e comentou, com base em suas crenças, que o lugar social da mulher não é igual ao do homem. A opinião de Ana virou um escândalo em sala de aula.

“Marilene me disse que eu era uma vergonha para o curso”, contou a deputada em entrevista ao portal Uol, em 2017. “E meus colegas me falaram que meus argumentos eram pobres, que não tinham fundamentação. Também ouvi que uma conservadora jamais seria aceita.”

A pedido da orientadora, Ana foi desligada cátedra de História e Relações de Gênero em 2014. A deputada explicou que, sem ter opção, foi obrigada a aceitar trabalhar com o tema violência urbana, com o qual ela não tinha afinidade, pois nenhuma orientadora feminista a aceitou.

Em julho de 2016, a parlamentar apresentou o trabalho e foi reprovada. No mesmo mês, ela protocolou um processo contra Marilene, pedindo uma indenização de mais de R$ 17 mil. Conforme ela, foi perseguida por “professores totalitários que não aceitavam pensamentos diferentes”, por ser antifeminista e cristã. Em 2017, Ana perdeu o processo na Justiça.

Entretanto, toda situação impulsionou a professora de história a mergulhar cada vez mais nos estudos sobre feminismo, tornando-a uma referência nacional quando o assunto é ser antifeminista.

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