A Argentina chegou à Copa do Mundo com um sistema de jogo familiar e um onze inicial consolidado, responsável por uma incrível invencibilidade de 36 jogos antes do torneio. Mas tudo foi por água abaixo após a surpreendente derrota na estreia para a Arábia Saudita, por 2 a 1. A partir daquele dia, o técnico Lionel Scaloni mudou a rota, trocando escalações e formações em todas as partidas e vendo o time subir gradativamente de produção. Agora, faltando um jogo para o tri, ele tem uma última dúvida para encarar a atual campeã, a poderosa França de Mbappé, na final: Ángel Di María ou o zagueiro Lisandro Martínez?
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Di María foi titular durante todo o ciclo de preparação para a Copa e um dos principais coadjuvantes de Lionel Messi, inclusive marcando o gol do título da Copa América do ano passado contra o Brasil, no Maracanã. Aos 34 anos, o meia-atacante sofreu com questões físicas no mata-mata, o que abriu espaço para Scaloni testar novas formações, adaptando-se a cada rival. Deu certo.
Nas oitavas de final, diante da Austrália, com Di María fora do jogo por problemas musculares, Scaloni mudou a formatação de seu ataque. O meia Papu Gómez entrou para jogar pela esquerda do ataque, mudando o jovem Julián Álvarez, que havia ganhado a titularidade no jogo decisivo da fase de grupos contra a Polônia, para a ponta-direita. O 4-3-3 não funcionou muito bem até os pontas trocarem de lado; a partir daí, Messi teve em Gómez um sócio mais próximo para dialogar pela direita, com Álvarez atacando o espaço atrás da zaga a partir da esquerda, como está acostumado.

Nas quartas de final contra a Holanda, nova surpresa: Lisandro Martínez entrou como zagueiro pela esquerda, e a Argentina jogou em um 5-3-2, com apenas Messi e Álvarez na frente. A ideia foi espelhar o sistema do time de Louis van Gaal, que também jogava com três zagueiros e dois alas muito ofensivos. A opção funcionou perfeitamente: a Argentina dominou e abriu o placar com o ala direito, Molina, após passe sensacional de Messi; depois, o ala esquerdo, Acuña, sofreu pênalti, convertido por Messi. A Holanda empatou na base do bombardeio aéreo e forçou os pênaltis, mas o plano de Scaloni deu certo.
Na semifinal, uma nova mudança de sistema: diante do meio-campo controlador da Croácia, Scaloni reforçou o setor com um 4-4-2, com De Paul pela direita e Mac Allister pela esquerda, mais Paredes e Enzo Fernández como volantes. Os quatro jogaram o tempo todo próximos um do outro e foram muito agressivos na marcação. Os talentosos meias croatas – Brozovic, Modric e Kovacic – mantiveram a posse de bola, mas não ameaçaram o gol de Martínez. Em duas bolas roubadas, a Argentina fez dois gols no contra-ataque e praticamente liquidou a fatura.
E agora contra a França? Os atuais campeões têm o ataque mais avassalador da Copa, com Mbappé em estado de graça, livre de obrigações defensivas e devastador quando tem espaço para acelerar pela esquerda. Além dele, há Griezmann circulando por dentro, o lateral Theo Hernandez subindo como um trem pela esquerda, Giroud como alvo na área, Dembélé e seus dribles pela direita… não é tarefa fácil para Scaloni.
De acordo com o diário Olé, o favorito para iniciar a final é mesmo Lisandro, voltando o time para o 5-3-2 usado contra a Holanda. A ideia é permitir que o zagueiro pela direita, o agressivo Romero, marque Mbappé de perto, com o lateral Molina livre para vigiar as subidas de Theo Hernandez, auxiliados por aquele lado pelo incansável De Paul. Di María deve permanecer como opção para o segundo tempo. Mas depois de tantas mudanças inesperadas em uma seleção que parecia tão estável, alguém duvida de uma nova surpresa de Scaloni?
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