Uma ativista social alemã de 29 anos renunciou a uma herança de mais de € 4 bilhões (cerca de R$ 22 milhões) porque acredita que receber o dinheiro dos parentes fundadores da Basf, uma das maiores empresas químicas do mundo, não a fará feliz.
Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, Marlene Engelhorn abriu mão de 90% do patrimônio a que tem direito. A jovem faz parte da organização Milionários Pela Humanidade, grupo que defende a ideia de que os ricos sejam “taxados da mesma forma que os trabalhadores” e uma maior redistribuição da riqueza.
Em maio deste ano, durante protesto no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Marlene contou que não poderia receber o dinheiro de sua avó, Traudl Engelhorn. Hoje, a mulher de 95 anos ocupa a posição 687 no ranking de pessoas mais ricas do mundo, da lista da revista Forbes.
“Quando o anúncio foi feito, eu percebi que não poderia ser realmente feliz. Pensei comigo mesma: ‘Algo está errado’”, afirmou a jovem, em entrevista ao jornal alemão Der Standard. De acordo com Marlene, a idosa não foi contra a decisão de renegar a herança.
“Não é uma questão de vontade, mas de justiça. Nada fiz para receber este legado. Isso é pura sorte na loteria de nascimento e pura coincidência”, disse a herdeira para o canal austríaco ORF2. Para Marlene, a sociedade não deve esperar benevolência dos milionários.
“Troco ideias com outras pessoas, aprendendo o máximo que posso para ver o que funciona e o que não funciona. Para mim, o comprometimento com a justiça de impostos é muito importante, porque isso é que determina como a riqueza vai ser distribuída”, defende Marlene, que nunca chegou a trabalhar na Basf, para estudar literatura em Viena, capital da Áustria.
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