Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento inclisirana como uma nova opção no tratamento do colesterol LDL elevado. Este novo remédio, que utiliza o mecanismo de ação do RNA de interferência, é recomendado para adultos com colesterol alto, especialmente aqueles com alto risco cardiovascular, histórico de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).
Pacientes que já sofreram um ataque cardíaco ou derrame precisam não apenas reduzir o colesterol ruim, mas controlá-lo de forma rigorosa, mantendo-o abaixo de 50mg/dL, de acordo com o cardiologista Raul Santos. Manter o LDL nesse nível é essencial para evitar novos eventos cardiovasculares graves, que têm maior probabilidade de ocorrer após o primeiro caso.
O mecanismo de ação do inclisirana envolve a redução da produção da proteína PCSK9 no fígado, que é responsável por remover o colesterol ruim do sangue. O medicamento é administrado através de injeções subcutâneas a cada seis meses e, em combinação com as estatinas, pode reduzir o nível de colesterol ruim em cerca de 50% nos pacientes.
Atualmente, o tratamento do colesterol é realizado com o uso de estatinas e anticorpos monoclonais. As estatinas bloqueiam uma enzima responsável pela produção de colesterol no fígado, enquanto os anticorpos monoclonais aumentam a capacidade de eliminação do colesterol ruim. O inclisirana, por outro lado, atua na redução da proteína PCSK9 para melhorar a remoção do LDL.
O uso do inclisirana é recomendado para pacientes que não conseguem atingir ou manter os níveis adequados de colesterol ruim mesmo com o uso máximo tolerado de estatinas e mudanças no estilo de vida. O medicamento deve ser utilizado em combinação com as estatinas e não isoladamente.
O custo do inclisirana ainda não foi definido, mas o medicamento já foi aprovado nos Estados Unidos e na União Europeia. O valor por dose nos Estados Unidos é de aproximadamente 3 mil dólares. Estima-se que 4 em cada 10 brasileiros tenham colesterol alto, e o controle adequado é essencial para prevenir doenças cardiovasculares, que são uma das principais causas de morte no mundo.
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