
Foto: Paraibaonline
Dias atrás, o ex-governador (e pré-candidato a senador) Ricardo Coutinho (PT) esteve em Campina Grande, ocasião em que concedeu entrevista à Rádio Caturité FM (104.1).
A seguir, algumas de suas declarações.
“O Brasil está profundamente perdido. Nunca se viu tanta gente com fome e desempregada.
“O desemprego está ficando crônico. A indústria perde a cada dia a sua versatilidade e a sua força, estamos nos tornando, cada vez mais, produtor só de matérias-primas.
“Eu nunca fico em cima do muro, eu tenho posição política. Às vezes, fico até sozinho.
“Quem já viu orçamento secreto! Hoje convivemos com isto. O Legislativo está com um poder muito grande, e alimenta isso com a liberação de recursos. E se constrói maioria a partir do dinheiro que pertence ao povo (…) É preciso mudar fortemente o Poder Legislativo.
“O financiamento do poder público (impostos) não pode ser sobre o consumo.
“Eu sei o que fiz na vida, e o que eu não fiz. E tenho dito isto há mais de dois anos. Eu tenho desafiado a apresentação de uma única prova que me envolva, seja na condição de governador ou na minha vida.
“O meu padrão de vida é totalmente compatível com quem teve 28 anos de mandato eletivo. Não tenho nada mais que não caiba nessa minha carga salarial.
“Toda essa espetacularização que foi feita, e você não encontra provado um superfaturamento.
“Na Paraíba tinha um governador que tinha coragem de assumir as suas posições.
“Sérgio Moro (ex-juiz federal) e Delltan Dallagnol (ex-procurador da República) são dois corruptos.
“Fizeram um monte de denúncias e não se provou absolutamente nada, afora uma narrativa (…) Isto não começou aqui, mas em Brasília. Isto veio da turma do lavajatismo. Mapearam no Brasil quem tinha sido ´enxerido´ e corajoso para enfrentar a barra que o Brasil passou. E eu fui um deles. E armaram tudo isto.
“Eu continuo dizendo as mesmas coisas. Você já imaginou que alguém, que tivesse um centímetro de ´rabo preso´, permanecesse dizendo o que digo. Eu estou dizendo porque buscaram fazer comigo o que fizeram com o ex-presidente Lula.
“O Brasil não aguenta mais quatro anos de Bolsonaro. É impossível isso! Até para os empresários.
“É impossível um Estado ter tantas coisas, como tinha no meu governo, e ter desvios. Antes de mim, o Estado tinha poucos investimentos. E agora volta a não ter nada? Qual é a mágica? É sinal de que no meu governo o dinheiro público.
“Joao Azevedo também teve contas rejeitadas (…) João Azevedo não passou nem no primário, já no ensino fundamental, ficou para trás.
“O Tribunal de Contas do Estado fez isso por medo do Ministério Público, porque eu tinha que ser atingido por todos os lados. A legislação mudou e se não há desvio ou imputação de débito, o gestor não fica inelegível.
“Em relação ao TSE, eu fui condenado em coisa que eu não poderia ser condenado, que não estava no recurso apresentado. Um recurso só pode tratar do que o próprio recurso pede. E trataram de outra coisa (…) O TRE (PB) julgou que não havia nenhum tipo de comprometimento com relação ao resultado das eleições.
“Eu fiz um recurso no Supremo (Tribunal Federal) e estou esperando. Estou muito feliz, porque os adversários só falam nisso. Ou seja, daqui a pouco eles vão esvaziar o que eles têm contra mim. Eles chegam por aí e dizem que Ricardo não vai ser candidato. Mas é o desejo deles. Mas entre o desejo e a realidade tem uma diferença muito grande.
“A Paraíba vai votar num senador a favor das mudanças. A Paraíba não vai votar num senador bolsonarista, eu estou convencido disto.
“A população não entende porque o Estado parou. Eu deixei meio bilhão de reais. Nunca você teve, na história da Paraíba, um governante que tenha deixado tanto dinheiro para o seu sucessor.
“Eu estou um menino, doido para encarar algumas pessoas que tanto mal fizeram à política, que é a grande atividade humana. É possível voltar a ter um Estado que invista nas pessoas, como na minha época. Que o dinheiro apareça, em forma de obras, ações e serviços. Se já foi possível isto, por que parou?
“(governo atual) Chega a três anos e meio e diz ´eu vou fazer´. Ou seja, confessa que não fez nada.
“Dia 1º de janeiro, as contas deles estão preparadas. O povo vai dar as suas contas (João Azevedo).
“A Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) estará com Veneziano (MDB, para governador). Não existe a menor possibilidade de ser diferente. E por que? Porque quem manda, pode. A direção dessa federação tem um posicionamento. Foi Lula quem convidou Veneziano para ser o nosso candidato a governador.
“No meio disso existem dois partidos (PCdoB e PV) que foram atraídos pelo governo, e que nunca tiveram qualquer reivindicação com relação à Paraíba.
“O governo bota lá um cara que era do PT (deputado Anísio Maia) para poder falar que vai apoiar João Azevedo, como se isso fosse interferir alguma coisa dentro do PT. Já era! O PT já decidiu!”
Ainda o ex-governador: “Os partidos que conseguem sobreviver a partir da federação precisam ter o devido respeito ao processo. É muito feio você dizer que quero a federação para sobreviver. Mas porque têm contracheques dentro do Estado, boicotam publicamente a federação que os acolhe. Sinceramente, é lamentável!”
*com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.
Para ler a coluna completa desta segunda-feira, acesse aqui:
https://paraibaonline.com.br/aparte/paraiba-eu-estou-um-menino/
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