O Estúdio Antena 1 apresenta mais um episódio da série especial Liderança Talks — uma temporada exclusiva de conversas com nomes que estão à frente das transformações nas empresas brasileiras. O projeto, realizado em parceria com o Lean Institute Brasil, traz como convidada Lisiane Lemos, Secretária Extraordinária de Inclusão Digital e Apoio às Políticas de Equidade do Estado do Rio Grande do Sul, reconhecida por sua atuação em diversidade, tecnologia e inovação.
IA como ferramenta de apoio
Durante a entrevista, Lisiane destacou que a inteligência artificial deve ser vista como suporte para potencializar as habilidades humanas, mas alertou para o risco da dependência excessiva.
“Saiu uma pesquisa há algumas semanas que a inteligência artificial está emburrecendo as pessoas. O grande desafio das empresas é desenvolver soluções, tirar o medo das pessoas e tornar o aprendizado contínuo”, afirmou.
Segundo ela, as empresas precisam estimular a criatividade, o contato humano e a personalização no atendimento ao cliente. A IA, quando usada de forma estratégica, pode automatizar processos, liberando os profissionais para fazerem o que há de melhor no trabalho humano: criar, inovar e gerar conexão.
Governança de algoritmos
A Secretária também provocou uma reflexão sobre a responsabilidade na criação e uso de algoritmos.
“Quem é que está educando o algoritmo? A serviço de quem ele está? Onde esse dado está armazenado?”, questionou.
Ela alertou para riscos como crimes digitais, vazamento de dados e uso indevido de imagem e voz, e defendeu que é preciso compreender como essas tecnologias funcionam para garantir uso ético e proteção das informações.
Lisiane também chamou atenção para o impacto ambiental da infraestrutura tecnológica:
“Um data center, um dos novos que estão construindo, vai ser uma das 10 cidades que mais consome energia no Brasil. E é finito. E a gente não está pensando em energia limpa.”
Padrões sociais replicados no mundo digital
No debate sobre viés algorítmico, Lisiane alertou que as bases de dados refletem padrões e desigualdades existentes na sociedade.
“A base reproduz o que a sociedade é, e tal como na sociedade, a gente tem que ser intencional nas nossas escolhas e ver se vai fazer essa massa crítica.”
Ela destacou exemplos preocupantes, como erros em sistemas de reconhecimento facial, preconceitos de gênero em processos seletivos e exclusão de populações de baixa renda no acesso ao crédito. Para ela, empresas precisam agir de forma intencional para corrigir distorções e promover a equidade.
A conversa reuniu insights sobre ética, inovação, impacto social e responsabilidade empresarial na era da inteligência artificial, reforçando a necessidade de unir tecnologia e humanização para construir soluções mais justas.
Assista a seguir ao episódio completo.
[Antena 1]
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.