Mais um destaque entre os lançamentos da semana, Florence Welch apresentou “One of the Greats”, single que aumenta a expectativa para o novo álbum do Florence + the Machine, Everybody Scream, previsto para 31 de outubro (Halloween). A faixa chega como o segundo aperitivo da era, após a canção-título que abriu os trabalhos no mês passado.
O que a nova música entrega
“One of the Greats” chega como um slow-burn dramático: começa contida e cresce em camadas até um clímax catártico, mantendo a assinatura épica de Florence. A crítica especializada descreveu o single como um diário de combustão lenta, com ecos operáticos, guitarras incisivas e percussão enxuta — um clima que combina introspecção com impacto.
Temas e inspiração
No texto e no tom, Florence encara o custo da grandeza: ambição, legado e vulnerabilidade depois de um período de saúde delicado na turnê anterior. Em declarações recentes, ela própria associou a nova fase a um processo de cura e à pergunta “por que eu ainda quero isso?”. O resultado é uma canção que contrapõe imortalidade artística e fragilidade humana, com um comentário afiado sobre as assimetrias de gênero na indústria — inclusive com uma linha que ironiza como “pode ser conveniente” fazer música “sem riscos” quando se é homem.
Bastidores, colaborações e o elo com o álbum
A faixa reforça a química de Welch com nomes desta era: o riff inicial vem do guitarrista Mark Bowen (IDLES) e a construção cresce sobre a performance vocal de Florence — parceria que já havia brilhado na faixa-título. Como mais uma prévia do álbum, “One of the Greats” ajuda a desenhar o mapa emocional de Everybody Scream: misticismo, ressurreição e uma busca por sentido que atravessa cada verso.
Vídeo e recepção
O lançamento veio acompanhado de visual oficial nos canais da banda, sublinhando o clima confessional da música. Entre as resenhas de primeira hora, a Far Out Magazine cravou que a canção “demanda e merece ser ouvida”, enquanto veículos como Consequence destacaram o sarcasmo afiado do texto e a ambição sonora. Assista abaixo:
Nota do Editor – Florence encarna Patti Smith
Assistir ao vídeo de “One of the Greats”, dirigido por Autumn de Wilde — fotógrafa e cineasta americana que já havia retratado Florence Welch em 2022 para a Vogue UK, às vésperas do álbum Dance Fever — é como presenciar uma versão de Patti Smith, talvez até uma homenagem subliminar da cantora. A semelhança vai além da estética visual: está no olhar cru e direto para a câmera, na atmosfera quase documental das imagens e na escolha de se mostrar sem adornos, com foco absoluto na presença da artista.
Musicalmente, o paralelo também é inevitável. Assim como Patti Smith transformava versos em declamações poéticas antes de mergulhar em explosões de guitarra e emoção, Florence conduz “One of the Greats” como um crescendo de intensidade: começa com cadência contida e vai ganhando corpo até atingir o clímax catártico. É rock com alma de poesia.
E há ainda o campo temático: se Patti sempre refletiu sobre mortalidade, espiritualidade e desigualdade de gênero no rock, Florence dialoga com esse legado ao cantar sobre vulnerabilidade, sobrevivência e o peso de se tornar “uma das grandes” em um universo ainda marcado por assimetrias. É como se Welch, neste momento de sua carreira, estivesse estendendo o fio de uma linhagem direta — reconhecendo a influência de Smith ao mesmo tempo em que projeta sua própria voz para o futuro.
Dessa forma, se você é fã de Florence Welch e de Patti Smith, a recomendação é clara: assista ao vídeo de “One of the Greats” com atenção total à canção. Há camadas de poesia, intensidade e entrega que ecoam a tradição de Patti ao mesmo tempo em que afirmam a singularidade de Florence. Com certeza você vai se surpreender.
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