A Fundação Ford, famosa financiadora de pensamento político progressista ao redor do mundo, anunciou que vai encerrar o programa de bolsas de equidade racial. A informação foi publicada pelo presidente, Darren Walker, em seu site na sexta-feira 16. As bolsas continuarão normalmente até 2023 e receberão cada vez menos candidatos até o fim do programa em 2028.
A fundação afirmou que está transferindo dinheiro para “obras de construção de movimentos”, mas não forneceu detalhes. Walker disse que há muito dinheiro em programas de equidade racial e que o grupo está procurando expandir em outras áreas.
O programa foi lançado em 2015 como uma forma de ajudar a criar diversidade em cargos de liderança no ensino superior, além de colocar dinheiro para pesquisas acadêmicas.
O economista americano e repórter Chris Brunet acompanha há um ano as iniciativas da Fundação Ford em meio à ascensão do identitarismo. Ele foi responsável por denunciar o viés político dentro da organização filantrópica a partir de e-mails vazados a que teve acesso.
“Muitos dos acadêmicos da Fundação Ford são comunistas declarados, e é comum ver nas assinaturas de e-mail deles citações de Che Guevara e Angela Davis”, escreveu o repórter na época. “Apoio a regimes como Venezuela, Palestina e Cuba são a norma”.
A informação é importante pois a Fundação Ford desfruta de incentivos fiscais dados apenas a organizações não-governamentais que sejam politicamente neutras nos Estados Unidos.
Nos e-mails, os acadêmicos financiados pela Ford diziam coisas como “rejeito essas invocações neoliberais de ‘diálogo’ e ‘entender o outro lado’”, “por que deveríamos ouvir pessoas com ponto de vista opostos?”, e chamavam por censura com argumentos típicos de ativistas identitários.
No Brasil, entre 2006 e 2018, a Fundação Ford doou US$ 65 milhões para ativistas, acadêmicos e organizações não-governamentais. Metade desse recurso foi destinada para questões de direitos humanos e segurança de forma geral, o restante foi em ambientalismo e pautas identitárias.
A Fundação Ford é uma organização independente, sem fins lucrativos, com ativos atualmente avaliados em US$ 16 bilhões.
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