O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta sexta-feira, 17, que o governo deveria usar o lucro da Petrobras para criar um fundo estabilizador dos preços dos combustíveis. O dinheiro seria utilizado em momentos de crise, para conter a escalada no valor da gasolina e do diesel.
“Se a situação do preço dos combustíveis está saindo do controle, o governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços”, disse o parlamentar, no Twitter. “Afinal, é inexistente a dicotomia Petrobras e governo, pois a União é acionista majoritária da estatal e sua diretoria foi indicada pelo governo.”
Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o Governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise. (+)
— Rodrigo Pacheco (@rodrigopacheco) June 17, 2022
Como funcionaria
A ideia de criar um fundo com o lucro da Petrobras tem como base um projeto já aprovado pelo Senado, mas ainda em avaliação pela Câmara dos Deputados. Se a proposta for aprovada, haverá um teto para o preço dos combustíveis. O texto estabelece que, se o preço máximo for ultrapassado, os produtores e os importadores serão compensados por eventuais perdas.
Os recursos para compor o fundo viriam do “excesso de arrecadação, em relação à previsão anual, dos dividendos da Petrobras”, da “arrecadação do setor de petróleo” e do “superávit primário do governo federal”.
Mais um aumento
Na manhã desta sexta-feira, a Petrobras anunciou mais um reajuste nos preços da gasolina e do diesel. O repasse do valor nas bombas dependerá das distribuidoras, segundo a estatal.
A gasolina vai subir 5,2%, passando de R$ 3,86 para 4,06. O diesel, por sua vez, terá um aumento mais significativo — de R$ 4,91 para 5,61. Isso representa uma valorização de 14,2%.
Reação
Logo depois do comunicado da petrolífera, o presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o aumento no preço dos combustíveis.
“O governo federal, como acionista, é contra qualquer reajuste nos combustíveis — não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na lei das estatais”, disse o chefe do Executivo, no Twitter. “A Petrobrás pode mergulhar o Brasil num caos. Seus diretores, conselheiros e presidente bem sabem o que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018 e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo.”
Esse foi o primeiro aumento da gasolina em três meses. O último reajuste havia sido feito em 11 de março. Já o preço do diesel foi alterado em 10 de maio.
Leia também: “Para que serve a Petrobras”, artigo de J.R. Guzzo publicado na Edição 49 da Revista Oeste
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