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HRP continua com atendimento precário nos finais de semana

por Dineudes Possidônio

Gente, longe de mim querer polemizar, ou muito menos politizar a questão do HRP – Hospital Regional de Patos. Sei que os problemas da saúde, não se resolve com um simples toque de mágica. Concordo que a atenção básica, onde é realizado a prevenção da saúde, precisa melhorar. A conclusão da construção das UPA’s, como forma de desafogar o HRP, onde muitos destes atendimentos seriam resolvidos. Se você tiver paciência e ler toda essa matéria, e ao final, se quiser compartilhar, talvez esteja contribuindo para ajudar a melhorar as condições de nossa saúde pública. O nosso HRP-Hospital Regional de Patos, atende uma população de aproximadamente 500.000 mil habitantes, que compreende a macro-regional do sertão, inclusive, atendendo pacientes dos estados de Pernambuco e Rio G do Norte, está com sua capacidade de atendimento estrangulada, se não vejamos:
* Estive durante toda manhã de hoje, acompanhando uma filha de minha secretária, que havia sofrido uma queimadura no rosto, em um acidente doméstico.
* Em uma das fotos que ilustra esta matéria, vê-se uma fila para passar pela triagem, isto é, o técnico de enfermagem afere a pressão e diz se ele vai ser ou não, atendido pelo médico plantonista.
* No caso, a pessoa que eu conduzia, por estar com uma queimadura no rosto, proveniente de uma explosão de uma cafeteira, possivelmente ia ser atendida, já que a médica tinha passado a orientação para o setor de triagem, que só ia atender os casos de extrema urgência, pois estava sozinha num plantão que já durava 24h, e estava com toda responsabilidade de atender os internos nas Enfermarias, UTI, àreas verde, amarela e vermelha.
* Depois de uma longa espera, a médica plantonista, a Dra Rossana Maria de Nova Sá, veio pessoalmente na porta do setor de triagem, anunciar que estava encerrando o plantão, por não dispor de nenhuma condição de trabalho, alegando que estava sozinha, e inclusive, como muitos pacientes que estavam à sua espera, se encontrava doente. Disse ainda, por não estar com condições clínicas de continuar o plantão, havia tentado um contato com a direção do HRP sem sucesso, iria se dirigir à Delegacia de Policia para lavrar um BO, e eu dizia naquele momento a ela, que era realmente o melhor a ser feito, pois tal atitude, resguardava-a, como também todas as pessoas que buscavam atendimento.
* Assim, ela fechou a porta, e se retirou, temporariamente do local de atendimento, causando assim, um princípio de transtorno, já havia gente de muitas cidades esperando atendimento, que chegara inclusive, de carro fretado.
* Foram cenas tristes e seguidas de desespero por parte de muitos pacientes e acompanhantes, que viam naquele momento, seu direito à saúde ser desrespeitado.
* Enquanto isso, consegui atendimento para a pessoa que estava conduzindo, com um médico cirurgião, o Dr Roberto Menezes, que por ser cirurgião, não tinha obrigação de atender, mas realizou o atendimento com esta afirmação: “Isso aqui tá um caos, a minha colega acaba de abandonar a escala, por falta de condições de trabalho, e o pior, eles não estão pagando a gente. E continuo, ainda não recebi sequer, os plantões dados no mês de janeiro, pois trabalhei doze plantões e só me pagaram quatro. Como um profissional de saúde, larga sua família em casa no fim de semana, para trabalhar e não receber? Esta semana mesmo, eu tinha plantão desde sexta-feira, mas, só vim hoje, para não largar o plantão de uma vez”.
* Pois bem, após ouvir isto do Dr Roberto, e assistir toda revolta da população que ficara sem atendimento, comecei a ouvir também, espontaneamente, relatos de técnicos de enfermagem e enfermeiras, todos preocupados com a situação que se encontra o HRP.
* A foto da escala, fiz com permissão de uma profissional, já que não estava em local visível, portanto, fora do alcance da população. E vejam os senhores, todos esses asteriscos na frente de cada especialidade médica, indica a falta dos mesmos, e comprova, que assim como ontem, a UTI continuou sem médico.
* Essa outra foto, é da área amarela, um aglomerado de cadeiras e macas, esperando por atendimento médico. Vi pessoalmente uma paciente, inclusive epiléptica, que chegou sem acompanhante, num carro da prefeitura de Santa Terezinha, que o condutor sequer desceu do carro. Essa paciente, que eu mesmo a conduzi para o atendimento, reclamava de dores fortes, e ficou aguardando atendimento das 11:00h até as 14:00h, tempo em que deixei o hospital.
* Diante de todo esse quadro, ainda ouvi reclamações de várias pessoas da área de enfermagem, sobre a alimentação de péssima qualidade que está sendo servida aos plantonistas.
* Não pense que fico feliz com toda esta situação, afinal, no último final de semana, vivi este mesmo filme, que teve um final muito triste, a morte de meu irmão. Sou consciente das minhas responsabilidades de homem público que sou, mas, acima de tudo como cidadão, que luta para ver seus direitos serem respeitados.
* Pela ordem, quero chamar a atenção das seguintes autoridades, ligadas diretamente ao caso: Sra. Diretora do HRP, Sr Secretário de Estado da Saúde, Exmo. Senhor Governador Ricardo Coutinho, Sr Presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Sr Presidente do Conselho Regional de Medicina, Ministério Público Estadual e Federal, Presidente da OAB Paraíba Dr Odon Bezerra, Câmara de Vereadores de Patos, Secretária Municipal de Saúde Ilana Motta, Conselho Municipal de Saúde,Prefeita Constitucional de Patos Francisca Motta, Deputado Estadual Antônio Mineral, Deputado Federal Hugo Motta, sociedade civil organizada, vamos todos juntos, com um único objetivo, fazer com que realmente a universalização da saúde chegue a quem mais precisa. A hora é agora, o momento é esse, de fazermos uma grande demonstração, e evitar que cenas como esta, voltem a se repetir. Quero ver o SUS onde a promoção da saúde se sobreponha a doença. Amigos e amigas me desculpem pela extensão do texto, mas da forma que desenvolvi era preciso, diante de tamanha complexidade que o caso requer. Um fraterno abraço!


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