[Editado por: Marcelo Negreiros]
Marçal diz que “a imprensa está passando pano”
Ao deixar o hospital na segunda-feira, dia 15 de setembro, Pablo Marçal afirmou que os veículos de mídia estão minimizando a agressão que ele sofreu. Ele se mostrou indignado por Datena não ter sido preso:
“Se o filho de uma senhora da periferia tivesse agredido alguém com uma cadeira, onde ele estaria agora? Provavelmente encarcerado. No entanto, o Datena saiu impune.”
A polícia vai investigar Datena por lesão e injúria. Luiz Philippe de Orleans e Bragança comentou sobre a postura de parte da imprensa nesse caso.
Ele acredita que muitos jornalistas pensam estar defendendo a democracia ao minimizar a agressão sofrida por Marçal. Para eles, essa atitude protege valores democráticos. No entanto, Bragança vê a política como um ambiente onde qualquer discordância vira uma ameaça.
Já Ricardo Gomes ressaltou que essa tendência não é exclusiva do Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve quem comemorasse o atentado contra Donald Trump, em julho. Gomes argumentou que isso é resultado da influência da militância na imprensa, que é majoritariamente de esquerda.
“Essas ideias têm produzido um tipo de militância que, eu diria, é radical e até histérica na forma como se manifesta. Infantilizada do ponto de vista de maturidade política. Essas pessoas enxergam qualquer discordância como uma ameaça à sua existência”, afirmou Luiz Philippe.
Para ele, a imprensa brasileira acha normal minimizar a agressão a Marçal porque o vê como uma ameaça às suas ideias. Isso reflete uma visão distorcida de democracia, onde a violência contra opositores é aceita ou até incentivada.
Imprensa na eleição americana
Os especialistas também discutiram o papel da imprensa na corrida eleitoral para a Casa Branca. Após o debate da semana passada, prever um possível ganhador tornou-se algo arriscado.
Segundo o advogado Christian Lohbauer, se antes Trump parecia estar com a “mão na taça”, agora a situação mudou.
Para ele, Kamala venceu o último confronto por dois motivos:
- Os candidatos não puderam se questionar mutuamente, sendo apenas interrogados pelo mediador;
- As perguntas do mediador acabaram favorecendo Kamala, permitindo que ela se mostrasse mais segura e expressasse suas intenções ao público;
No contexto americano, isso pode mudar tudo. O eleitor tende a votar em quem se identifica, independentemente do que aconteceu durante a campanha.
- Trump sofreu nova tentativa de assassinato no domingo, 15 de setembro. Entenda.
Ainda que Trump tenha sofrido duas tentativas de assassinato, o fato de o público simpatizar com sua adversária pode prejudicá-lo.
Para o advogado, essa é uma situação inédita.
“Se Kamala Harris vencer, vou ter que rever meus conceitos sobre a política americana”, declarou Lohbauer.
Imprensa guiando o processo eleitoral
Seja no Brasil ou nos EUA, o ponto central do programa foi o papel da imprensa na vida das pessoas. Os analistas acreditam que o trabalho desses profissionais ultrapassou o simples debate público.
Eles fazem o público acreditar que tudo depende de uma única ideia, e que qualquer pensamento divergente merece ser eliminado.
Renato Dias, Christian Lohbauer, Luiz Phillipe Orleans e Bragança e Ricardo Gomes, do Cartas na Mesa, veem o resultado como uma sociedade mais intolerante e segregada.
Assista a discussão completa no YouTube da Brasil Paralelo.
[Redação]
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