A inflação anual da Argentina poderá atingir 100,3% este ano, de acordo com uma pesquisa feita com analistas de mercado, publicada pelo Banco Central do país na quinta-feira 6, saltando 5,3 pontos porcentuais em relação à estimativa anterior (de 95%).
Realizada com 39 participantes, entre 28 e 30 de setembro, a Pesquisa das Expectativas de Mercado projetou, também, um ligeiro crescimento econômico para 2022, de 3,6% para 4,1%.
O país passa por uma prolongada crise financeira e social na terceira maior economia da América Latina. Em agosto, a taxa anual de inflação da Argentina estava em 78,5%, a segunda mais alta entre os países latino-americanos — a inflação mais alta é da Venezuela (114% ao ano). Em Cuba, a taxa é de 32%. No Brasil, a inflação anual, medida em agosto, foi de 8,73%, a 18ª entre os países do bloco.
De acordo com a pesquisa, na Argentina, a inflação mensal de setembro deve atingir 6,7%, ligeiramente abaixo dos 7% registrados em agosto, segundo a mediana das estimativas. Para 2023, a expectativa do mercado é de que a inflação atinja 90,5%, também acima da estimativa anterior de 84,1%. Na proposta de orçamento para 2023, o governo argentino projetou a inflação em 60% no próximo ano.
A profunda recessão econômica da Argentina levou milhares de pessoas às ruas na semana passada, com os manifestantes exigindo ações para combater a inflação altíssima e ajudar os pobres do país. A taxa de pobreza no país caiu ligeiramente para 36,5% no primeiro semestre deste ano, contra 37,3% durante o segundo semestre de 2021, de acordo com dados oficiais.
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