O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, rejeitou denúncia contra Glenn Greenwald por crimes relacionados à invasão de celulares de autoridades, mas indicou que há indícios contra o americano.
O magistrado ressaltou que não transformou em réu o jornalista porque há dúvidas sobre a amplitude da liminar deferida pelo ministro Gilmar Mendes que impede a responsabilização do americano por fatos relacionados às mensagens.
“Exsurge, neste contexto, dúvida razoável sobre se a decisão impede a denúncia ofertada pelo Ministério Público Federal em relação ao mencionado jornalista, razão pela qual há que se ter cautela na instauração de ação penal em seu desfavor”, escreveu.
O juiz transformou em réus outros seis denunciados pelo Ministério Público Federal na Operação Spoofing, que vão responder por crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro e invasão de dispositivo informático alheio e interceptação ilegal.
Glenn foi denunciado pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, que considerou um áudio encontrado em um computador que trazia uma conversa dele com Luiz Molição, suposto porta-voz do grupo. No diálogo, o MP diz que o americano orientou o grupo de hackers a apagar mensagens. Para o procurador, Glenn, “de forma livre, consciente e voluntária, auxiliou, incentivou e orientou, de maneira direta, o grupo criminoso, durante a prática delitiva, agindo como garantidor do grupo, obtendo vantagem financeira com a conduta aqui descrita [ao divulgar as conversas em seu site]”.
Os outros denunciados são Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos, que, segundo a acusação, atuavam como líderes do grupo; Danilo Cristiano Marques, suposto “testa de ferro” de Delgatti; Gustavo Henrique Elias Santos, que teria desenvolvido técnicas que permitiram a invasão do Telegram; a mulher dele, Suelen Oliveira, acusada de agir como laranja em fraudes; e Luiz Molição, que teria sido porta-voz do grupo nas conversas com Glenn.
Com informações de O Antagonista
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