A viagem do presidente Lula à China: o que esperar?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou para domingo (26/3) o início da sua viagem para a China, onde fará uma visita de Estado a convite do presidente chinês Xi Jinping. O motivo do adiamento foi um quadro de pneumonia leve identificado na noite de quinta (24/3), que levou o petista a cancelar sua agenda do dia e a se recolher no Palácio da Alvorada.
A viagem de Lula à China é considerada estratégica para o Brasil e para o mundo, pois envolve dois dos maiores países emergentes e parceiros comerciais. A expectativa é de que os líderes discutam temas como a cooperação bilateral em áreas como energia, infraestrutura, agricultura, ciência e tecnologia, além de questões globais como a reforma das instituições financeiras internacionais, o combate às mudanças climáticas e a situação na Síria e na Ucrânia.
Segundo fontes do governo brasileiro, Lula deve reafirmar seu apoio à iniciativa chinesa de criar um banco de desenvolvimento dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que seria uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial. O presidente também deve defender uma maior participação dos países em desenvolvimento nas decisões sobre a governança global.
Além disso, Lula deve buscar ampliar as oportunidades de negócios entre os dois países, que são os maiores mercados consumidores do mundo. O Brasil é o principal fornecedor de soja e minério de ferro para a China, mas quer diversificar sua pauta exportadora e aumentar as vendas de produtos manufaturados e de serviços. A China é o maior investidor estrangeiro no Brasil, com projetos em setores como energia elétrica, telecomunicações e transportes.
A viagem do presidente Lula à China será a quarta desde que assumiu o cargo em 2003. Em 2004, ele participou da primeira cúpula dos BRICS em Pequim. Em 2009, ele voltou à capital chinesa para participar da segunda cúpula dos BRICS e da reunião do G20 sobre a crise financeira global. Em 2010, ele visitou Xangai para inaugurar o pavilhão brasileiro na Expo 2010.
Desta vez, Lula deve passar três dias em Pequim e dois dias em Xangai. Na capital chinesa, ele terá encontros com Xi Jinping e com outros líderes políticos e empresariais. Ele também deve receber um título honorífico da Universidade Tsinghua e visitar o Templo do Céu. Em Xangai, ele participará de um fórum econômico Brasil-China e visitará empresas brasileiras instaladas na cidade.
mnegreiros.com
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