Manhã no mercado: Atenção se volta à política fiscal, monetária e ao exterior | Finanças

[Editado por: Marcelo Negreiros]

Ainda com Wall Street parcialmente fora das negociações (dado que os mercados nos Estados Unidos funcionam até as 15h), o ambiente doméstico continuará no foco dos agentes financeiros. Uma vez que os investidores se frustraram com a política fiscal brasileira, agora a perspectiva é que só a política monetária pode conter a piora na percepção de risco. Por isso, qualquer sinalização dos dirigentes do Banco Central será monitorada de perto pelos agentes do mercado. Na sessão de hoje, diretores do BC devem participar de almoço da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), além de realizarem reunião com economistas.

Ontem, dia de feriado nos EUA, os ativos domésticos tiveram mais uma rodada de depreciação, com o dólar ultrapassando a marca psicológica e técnica de R$ 6,00, mas fechando abaixo deste patamar. Já os juros futuros saltaram 0,4 ponto percentual na sessão e a curva a termo precificou uma taxa Selic de quase 15% no fim do ciclo de aperto do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2025. O índice Ibovespa também se depreciou, fechando abaixo dos 125 mil pontos.

Hoje os agentes financeiros devem continuar avaliando o cenário, e os ativos podem continuar sob pressão da maior percepção de risco. Lembrando que, por ser o último dia do mês, alguma volatilidade pode ser esperada diante de ajustes de posições. No caso específico do câmbio, há a formação da Ptax de fim de mês, que servirá de referência para a liquidação de contratos futuros no início de dezembro. Em função disso, é normal haver certa disputa pela condução das cotações entre comprados (investidores que apostam na alta do dólar) e vendidos (que apostam na baixa). “Com o dólar perto da barreira técnica de R$ 6,00, poderemos ver neste último dia do mês especulação mais forte do que o habitual para a data”, avalia um analista.

No caso da bolsa, mesmo que o dólar mais elevado beneficie as companhias exportadoras de commodities, o benefício hoje não é garantido. Isso porque, ainda que os preços do minério de ferro (que fecharam em alta em Dalian) possam dar suporte para a Vale, a queda dos preços do petróleo podem pesar para a Petrobras. Além disso, o peso dos juros futuros mais altos pode continuar pressionando ações cíclicas. O investidor ainda pode cobrar mais prêmio para estar alocado em empresas brasileiras neste momento de incerteza fiscal.

Na agenda de indicadores, o foco deve se voltar para a divulgação da taxa de desemprego na Pnad Contínua de outubro, às 9h (horário de Brasília). Um mercado de trabalho aquecido pode ajudar a pesar nas taxas de juros, já que pode causar pressão inflacionária.

[Redação]

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