Embora eternamente associado aos Rolling Stones, Mick Jagger construiu ao longo das décadas uma carreira solo rica e multifacetada. Parte dessa jornada foi motivada não apenas por inquietude artística, mas também por um período de desgaste criativo com o parceiro Keith Richards, no início dos anos 1980. Buscando novas sonoridades e colaborações, Jagger se lançou em aventuras musicais que mostraram seu alcance muito além do rock de estádio.
Os álbuns solo
She’s the Boss (1985)

Primeiro trabalho solo de Mick Jagger, produzido por Nile Rodgers, Bill Laswell e Chris Kimsey, lançado no auge de um momento de tensão com Keith Richards. O álbum traz uma sonoridade pop-funk com forte apelo para as pistas e participações de músicos como Jeff Beck na guitarra.
Faixas de trabalho:
Just Another Night – Single de maior sucesso, com clipe filmado parcialmente no Brasil durante as gravações do filme Running Out of Luck. No vídeo, Jagger aparece em uma gafieira no centro do Rio e em cenas que mesclam a narrativa do longa com performance musical.
Lucky in Love – Segundo single, com videoclipe gravado no salão nobre das Laranjeiras, no Fluminense Football Club, também aproveitando locações e figurinos do filme brasileiro.
Hard Woman – Balada pop melódica com videoclipe inovador em computação gráfica para a época. Uma versão alternativa em reggae foi lançada como lado B em edições selecionadas do single, tornando-se item raro para colecionadores.
She’s the Boss – Faixa-título, lançada como single em alguns países, reforçando o tom provocante e ousado da estreia solo.
Curiosidade: Running Out of Luck, dirigido por Julien Temple, funciona quase como um “filme-álbum” de She’s the Boss, integrando elementos narrativos com trechos das músicas e servindo como material visual para promover o disco.
Primitive Cool (1987)

Segundo álbum solo, mais introspectivo e político, marcado por guitarras limpas e refrões expansivos.
Faixas de trabalho:
Let’s Work – Single otimista com videoclipe exibindo Jagger correndo com trabalhadores em ruas e campos.
Throwaway – Rock dançante com vídeo ambientado em festas e estúdios.
Say You Will – Balada pop com arranjo suave, pouco explorada comercialmente.
Wandering Spirit (1993)

Produzido por Rick Rubin, é considerado por muitos como seu álbum solo mais consistente, resgatando a energia crua do rock e do blues.
Faixas de trabalho:
Sweet Thing – Vídeo com estética retrô, mesclando performance e imagens simbólicas.
Don’t Tear Me Up – Balada intensa com clipe minimalista, focado na interpretação de Jagger.
Wired All Night – Som acelerado com vídeo vibrante, reforçando o clima rock’n’roll.
Goddess in the Doorway (2001)

Álbum experimental que une pop, rock alternativo e colaborações de peso.
Faixas de trabalho:
God Gave Me Everything (com Lenny Kravitz) – Rock cru com videoclipe dirigido por Mark Romanek, alternando imagens granulosas de Jagger com sobreposições visuais.
Visions of Paradise – Canção pop melódica com clipe de atmosfera sonhadora.
Joy (com Bono e Pete Townshend) – Single promocional com tom épico e arranjos grandiosos.
Duetos que ficaram para a história
“State of Shock” – Mick Jagger & Jacksons (1984)
Lançada como primeiro single do álbum Victory, dos Jacksons, alcançou 3ª posição na Billboard Hot 100 e 14ª no Reino Unido.
“Dancing in the Street” – David Bowie & Mick Jagger (1985)
Gravada e filmada em um único dia para o Live Aid, chegou ao 1º lugar no Reino Unido e 7ª posição nos EUA.
“God Gave Me Everything” – Mick Jagger & Lenny Kravitz (2001)
Coescrita e produzida com Kravitz, do álbum Goddess in the Doorway.
“T.H.E. (The Hardest Ever)” – will.i.am feat. Mick Jagger & Jennifer Lopez (2011)
Mistura de EDM, rap e rock, do álbum #willpower.
“Miracle Worker” – SuperHeavy (2011)
Em 2011, Jagger liderou a SuperHeavy, ao lado de Damian Marley, Joss Stone, Dave Stewart e A.R. Rahman, misturando reggae, soul, rock e música indiana. O hit “Miracle Worker” foi o cartão de visitas do grupo.
“Empty Chairs” – Burna Boy feat. Mick Jagger (2024)
Afrobeat contemporâneo com pegada roqueira.
Aventuras no cinema e uma conexão marcante com o Brasil
No embalo de She’s the Boss (1985), Jagger estrelou Running Out of Luck, rodado no Brasil com Renato Aragão Produções e elenco estrelado por Grande Otelo, Norma Bengell, Tony Tornado e Tonico Pereira.
Cenas gravadas no país foram incorporadas aos clipes de Just Another Night e Lucky in Love.
Ele também participou de Freejack (1992) e The Man from Elysian Fields (2001), e hoje atua como produtor, incluindo um projeto biográfico sobre Sister Rosetta Tharpe.
Um artista que nunca para
Das guitarras de Jeff Beck ao groove de Burna Boy, passando pelos duetos lendários e aventuras cinematográficas, Mick Jagger prova que a inquietude é sua marca registrada. Sempre pronto para romper fronteiras e se reinventar, ele segue como um dos artistas mais relevantes do planeta.
E esses são apenas alguns exemplos das parcerias musicais e projetos desenvolvidos pelo líder dos Rolling Stones, que ao completar recentemente 82 anos ainda impressiona com sua vitalidade e se mantém como inspiração para todas as gerações de fãs e artistas.
[Antena 1]
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