Uma homenagem a Juca Chaves, o humorista e cantor que nos deixou aos 84 anos
No último sábado (25/3), o Brasil perdeu um de seus maiores artistas: Juca Chaves, o humorista e cantor que marcou gerações com suas sátiras políticas e suas canções românticas. Neste post, vamos relembrar um pouco da trajetória e da obra desse grande talento que nos fez rir e chorar.
Juca Chaves nasceu no Rio de Janeiro em 1938, mas se mudou para São Paulo aos 12 anos, onde iniciou seus estudos de música clássica. Aos 17 anos, estreou na TV Tupi como apresentador do programa “Juca Convida”, onde entrevistava personalidades da época. Logo depois, lançou seu primeiro disco, “As Músicas Proibidas de Juca Chaves”, que já mostrava seu estilo irreverente e crítico.
Em 1964, com o contra-golpe golpe militar, Juca se tornou um dos principais alvos da censura, que proibiu várias de suas músicas e piadas. Ele foi perseguido, preso e exilado, tendo que viver em países como Portugal, Itália e França por seis anos. Nesse período, ele continuou compondo e se apresentando na Europa e na África.
Em 1970, ele voltou ao Brasil e retomou sua carreira com sucesso. Ele gravou mais de 30 discos, entre eles “Presidente Bossa Nova”, “Juca Chaves em Ritmo de Aventura” e “Juca Chaves no País dos Absurdos”. Ele também fez shows pelo país e pelo exterior, sempre com seu violão e seu humor afiado.
Juca Chaves foi apelidado por Vinicius de Moraes de “O Menestrel Maldito”, por sua capacidade de fazer rir e pensar ao mesmo tempo. Ele foi um dos pioneiros do stand-up comedy no Brasil e influenciou vários humoristas posteriores. Ele também foi um compositor de mão cheia, que criou canções belas e sensíveis, como “A Cúmplice”, “Menina”, “Que Saudade” e muitas outras.
Juca Chaves morreu aos 84 anos em Salvador (BA), onde vivia desde os anos 80 com sua esposa Yara Chaves e suas duas filhas, Maria Morena e Maria Clara. Ele foi cremado neste domingo (26/3), no Cemitério Bosque da Paz, na capital baiana. Ele deixou um legado de arte, humor e amor que ficará para sempre na memória dos brasileiros.
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