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Nairon e o calote que não houve em Campina Grande

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Uma informação que foi amplamente explorada por parte da mídia paraibana semana passada deu conta de que o humorista Nairon Barreto, que encarna o personagem Zé Lezin, teria recebido calote da Prefeitura de Campina Grande. Diante das explicações do próprio artista, o que se percebe é que houve clara distorção dos fatos – o que serviu, parcialmente, para amplificar mágoas de Nairon, ou para dar “gás” a quem teve a intenção de superdimensionar politicamente um mal entendido de cunho empresarial.

A aplicação do calote, até onde eu saiba, ocorre quando alguém se nega a pagar um serviço executado. Não foi o que ocorreu em relação a Nairon Barreto. O pagamento foi efetuado, na forma de cheque, para o artista, que por uma questão de princípio profissional preferiu não recebê-lo. Por convicção e apoiado em experiência de colegas, imagina que não existe a menor segurança em cheque emitido por gestor público. Sabe de casos escabrosos ocorridos na gestão anterior.

Nesse aspecto, a opção por não receber o pagamento foi do artista, e ponto final. Na administração pública, que se exige transparência, a emissão de um cheque termina sendo uma forma burocrática de você dar transparência ao processo de contratação de serviços; é um instrumento totalmente rastreável, para fins de dúvidas ou especulações posteriores. Vide o caso do famoso cheque de R$ 50 mil da prefeitura, na gestão de Veneziano Vital, que terminou irrigando a conta de campanha do ex-prefeito…

Com o mesmo poder, influência e acessso à imprensa que o humorista dispôs para propagar sua versão de “calote”, ele poderia facilmente denunciar a atitude desleal da prefeitura, caso o cheque que recebera pela apresentação no Parque do Povo não tivesse fundos. Ai, sim, com documento na mão e acobertado pela verdade do processo de compensação bancária, Nairon Barreto teria autoridade e legitimidade para enquadrar o poder público, o prefeito ou o vice-prefeito ou quem quer que fosse no “paredão moral” e exigir, além do pagamento, respeito à classe.

Não foi o caso. Da parte do humorista, houve pré-julgamento, preconceito e total disposição para, a partir do mal-estar, passar até a emitir conceitos políticos de quem tem o direito de se expressar livremente, mas que certamente não o faria se tivesse aceita a sua proposta de receber em espécie pelo show que ainda iria apresentar.

Fonte: Marcos Alfredo
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