O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, exaltou a Justiça Eleitoral nesta segunda-feira, 1°. “Nossa democracia tem um dos sistemas eleitorais mais eficientes e confiáveis do mundo”, declarou o ministro, em discurso de reabertura dos trabalhos da Corte, depois de um mês em recesso.
“O STF anseia que todos os candidatos aos diversos cargos eletivos respeitem os seus adversários, que efetivamente não são seus inimigos”, disse Fux. “Quem está na disputa deve confiar na civilidade dos debates e, principalmente, na paz que nos permita encerrar 2022 sem incidentes.”
Fux defendeu ainda a “lealdade à Constituição”. “Em nome do Supremo, nunca é demais renovar ao país os votos de que nós, cidadãos brasileiros, candidatos e eleitores, e demais partícipes permaneçamos leais à nossa Constituição”, observou. Segundo o juiz do STF, as eleições deste ano têm de ser marcadas pela “estabilidade institucional e pela tolerância”.
De acordo com Fux, a Justiça Eleitoral está aberta para todos os que a procuram e desejam “contribuir positivamente para a sua lisura”. Fux saudou ainda o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luiz Edson Fachin, que conduziu a Corte com “destreza” e disse que o sucessor, o ministro Alexandre de Moraes, comandará o tribunal com “a competência habitual”.
Especialista levanta dúvidas sobre as urnas
Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa. De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude. “O software é desenvolvido no TSE seis meses antes das eleições, compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard”, explicou Brunazo, no ano passado, durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados.
“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE e colocar na urna eletrônica”, salientou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Brunazo.
Leia também: “É proibido modernizar a urna eletrônica?”, reportagem publicada na Edição 69 da Revista Oeste
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