O calor intenso do núcleo da Terra pode ter as condições ideais para a existência de uma enorme “fábrica de diamantes de carbono”, mostra estudo elaborado pela Escola de Exploração da Terra e do Espaço. da Universidade Estadual do Arizona, nos Estados Unidos. A pesquisa foi publicada na revista científica Geophysical Research Letters.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores comprimiram ferro, carbono e água em pressão e temperatura semelhantes às da região do núcleo, derretendo a liga ferro-carbono. Normalmente, quando a água e o metal reagem, produzem óxidos e hidróxidos de ferro, assim como acontece com a ferrugem na superfície da Terra. No entanto, em virtude do calor intenso existente entre núcleo e manto, o carbono sai da liga líquida e forma os diamantes.
“No limite do manto do núcleo da Terra, a liga de hidrogênio com o líquido de ferro metálico parece reduzir a solubilidade de outros elementos leves no núcleo”, explicou uma das pesquisadoras, Dan Shim. “Portanto, a solubilidade do carbono diminui e o hidrogênio entra no núcleo do manto [por desidratação]. O carbono que escapa do núcleo externo se transforma em diamante.”
Os diamantes são formados inteiramente por átomos de carbono, em um arranjo excepcional de ligações químicas. Eles podem ser encontrados na crosta de todo o planeta, mas são muito raros. Acredita-se que os diamantes tenham chegado à superfície terrestre por meio de erupções vulcânicas de origem profunda, visto que o núcleo da Terra concentra a maior quantidade de carbono existente — aproximadamente 90% está enterrado lá.
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