Rapidinhas do Professor Edson de França


Nas entrelinhas da noticia
Por Edson de França*
Greta, menina
Thunberg, sueca, apenas 15 anos e uma
consciência planetária acima da média. Uma ideia básica que deveria
obrigatoriamente contagiar uma geração inteira, de todos os níveis e em todos
os recantos. Azar nosso que assim não seja. As preocupações – que não são
mínimas – e a militância ecológico-ambiental de Greta não são construídas com
base em uma causa personalista; ela fala em nome de toda humanidade.
Greta II
É uma preocupação com o
mal que nós – ditos, humanos – fazemos ao planeta com nossos hábitos, exageros
e descasos de consumo
.
É o medo do futuro, a consciência e a busca por meios de, no mínimo, atrasar o
desgaste enquanto buscamos formas de sarar as feridas abertas. Formas, enfim, de
garantir a vida humana. É uma causa para jovens. Infelizmente, esse é um nicho
incompreendido até por contemporâneos de geração. Em que lugar perdemos nossa
vontade de lutarmos pela garantia da vida?
Veneno…
Sobre o colunismo
provinciano
. Acaso Greta
Thunberg, a celebridade das causas ecológicas, aparecesse aqui pela província,
os ambientalistas seriam atropelados por nossos diligentes e antenadíssimos colunistas
sociais. Aqueles não teriam oportunidade de recepciona-la. É preciso registrar
a passagem do cometa e a matéria prima de uma classe que não olha para os
lados, são os modismos. Para eles interessa mais a celebridade que a causa que
eles defendem.
Profetas
A arte da profecia faz parte do
bestiário das profissões ingratas
. São frágeis na concepção e no produto final de seu metier:
as prédicas e sortilégios. Como são de projetar futuros, estes não de gerar o
ambiente de descrédito, da galhofa e do mais incontido dos risos. Nesse
cenário, até profissões modernas ensaiam passos. Que se acusem os Economistas e
demais istas de qualquer ordem que posam de especialistas em oscilações e
humores do mercado e acabam engarrafando apocalipses, vendendo vagos paraísos e
municiando projetos políticos. 
Alternativos I
Dia desses houve uma paralisação de
alternativos no sertão
. Esse é o tipo de questão que certamente gera polarizações extremas.
Prós e contras. Contudo, como matéria crua dessa questão, está a necessidade.
De um lado, pessoas necessitando de transporte célere e, se possível, mais
barato. De outro, motoristas que enxergaram o nicho, a possibilidade
empreendedora e, através dela, auferir algum ganho para a sobrevivência.
Alternativos II
A existência dos
alternativos atende a uma demanda
contemporânea: a
necessidade contemporanea de locomoção. Atrás dela a premência de cobrir locais
e distâncias a que o transporte público, legalizado, não vai. Nem tem
estrutura, nem interesse em fazê-lo. Ou seja, cria-se no vácuo deixado pela
incompetência do Estado.
Alternativos lll
É ilegal, é perigoso, é
insalubre
. Tudo isso
serve para desaconselhar o uso e desacreditaram o “setor”. Até
concordamos, em parte, com isso. Mas, se movimentar e preciso. O ser humano, ao
se locomover, promove ganhos econômicos, diz a cartilha liberal. A resposta a essa
demanda, por parte do poder público, porém é pífia. Criminalizar é fácil,
cômodo até. Dar uma pronta resposta em termos de regulamentação, mesmo precária
e provisória, parece dar muito trabalho aos nossos gestores e muito mais aos
legisladores. Enquanto isso, vai a pé mesmo.
Estado brasileiro
O estado brasileiro
deveria demandar celeridade nesses casos como o é para determinar os míseros
valores do salário mínimo.
Ou mais recentemente, nas providências de dois governantes para
liberação da velocidade nas vias.
Passou o tempo…
em que os protestos vinham da classe
trabalhadora, os piões.
O que desagradava em muito a mobilidade da classe média, sempre em busca
do cumprimento de seus sagrados horários e na manutenção de seus valores.
Último dia 15, pasmem, foi a vez dos construtores atrapalharem o trânsito da
principal via da capital, a Epitácio Pessoa. Por ali, flagrei muxoxos para
índios e trabalhadores sem terra. Para os construtores não vi, cheguei tarde.
Parece que quando o calo aperta, não há preconceito contra o método de luta e
reinvindicação, né não? Todos no mesmo barco e afundando.
*Jornalista, cronista e poeta

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