Ao culpar os países ocidentais pela suspensão do fornecimento de gás à Europa, o porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que o abastecimento será retomado apenas se as sanções impostas à Rússia forem retiradas.
Na segunda-feira 5, Peskov disse que “os problemas com o bombeamento de gás surgiram por causa das sanções dos Estados ocidentais”. “Não há outra razão para esses problemas.” Para o governo russo, as sanções impediram e dificultaram a manutenção de equipamentos e, se as sanções fossem retiradas, o fornecimento poderia voltar ao normal, segundo a imprensa internacional.
Depois de uma paralisação de três dias para manutenção do gasoduto Nord Stream 1, que abastece a Europa a partir da Alemanha, a estatal russa Gazprom anunciou na sexta-feira 2 a interrupção completa do fluxo, sem data para retorno. O motivo alegado seriam problemas na estrutura de peças do gasoduto, encontrados durante a manutenção de rotina.
Uma turbina do Nord Stream 1, enviada ao Canadá para reparos, não voltou à Rússia. A Gazprom alega que a Alemanha, onde o equipamento está, não cumpriu termos contratuais, e, por isso, a turbina não pôde ser recebida pela Rússia e instalada no gasoduto. Isso fez o Nord Stream 1 funcionar com apenas 20% da capacidade desde julho. Agora, com esses novos problemas, o gasoduto interrompeu completamente o fluxo de gás para a Europa.
Para os governos europeus, a justificativa russa é cínica e enganosa. Eles acusam o governo de Vladimir Putin de fazer chantagem energética, usando a diminuição do gás para obrigar os países a baixarem as sanções.
Depois da invasão da Ucrânia, em fevereiro, diversos países ocidentais, como os integrantes da União Europeia, Estados Unidos e Canadá, impuseram sanções à Rússia, diminuindo relações comerciais e colocando fim a acordos de cooperação internacional em vários campos, anteriormente em vigor.
Sem o gás russo, os europeus temem o inverno que se aproxima, quando a demanda por gás aumenta consideravelmente, para garantir o aquecimento em residências e imóveis comerciais, e alta dos preços, que podem pressionar ainda mais a inflação crescente no continente.
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