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Soldados de Napoleão Bonaparte podem ter virado fertilizante

Uma equipe de pesquisadores do Centro de Arqueologia de Campos de Batalha da Universidade de Glasgow, na Escócia, apresentou uma nova hipótese que explicaria o destino dos soldados mortos na Batalha de Waterloo, o célebre combate entre o imperador francês Napoleão Bonaparte e as forças coligadas da Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria, ocorrido em 18 de junho de 1815, que pôs fim à era napoleônica e mudou a história da Europa.

De acordo com o estudo, publicado na revista científica Journal of Conflict Archaeology, os ossos das vítimas da última batalha, dentre as quais soldados e civis, foram vendidos para a fabricação de fertilizantes. “Os campos de batalha europeus podem ter fornecido uma fonte conveniente de ossos que poderiam ser moídos em farinha, uma forma eficaz de fertilizante”, afirma o professor Tony Pollard, que liderou a pesquisa. “Um dos principais mercados para esta matéria-prima eram nas Ilhas Britânicas que, a lado dos prussianos, venceram a batalha contra os franceses.”

Batalha de Waterloo
Batalha de Waterloo | Foto: Reprodução/ Denis Dighton

A suspeita sobre o destino final dos restos mortais se deu pelo fato de que as escavações arqueológicas realizadas ao longo dos últimos dois séculos não encontraram um número significativo de ossadas. Além disso, documentos da época, como o de um comerciante escocês chamado James Ker, que visitou o campo nos dias seguintes ao conflito, apontam a localização de três valas comuns contendo até 13 mil corpos, até hoje não encontrados.

Com o objetivo de finalmente descobrir o mistério por trás do sumiço de tantas ossadas, os pesquisadores analisaram uma série de registros originais e inéditos, com ilustrações e descrições sobre o estado do campo de batalha dias após o combate. Dentre os documentos consultados, pelo menos três artigos de imprensa da década de 1820 em diante “fazem referência à importação de ossos humanos de campos de batalha europeus com a finalidade de produzir fertilizantes”, destaca o professor Tony Pollard.

“Com base nesses relatos, apoiados pela importância bem comprovada da farinha de ossos na prática da agricultura, o esvaziamento de valas comuns em Waterloo para obter ossos parece viável, e a conclusão provável é essa”, ressaltou o estudioso. Apesar das evidências, a equipe de pesquisadores da Universidade de Glasgow irá escavar a região para encontrar novas evidências sobre a venda dos corpos para fabricação de fertilizantes.

“Se os restos humanos foram removidos na escala proposta, deve haver, pelo menos em alguns casos, evidências arqueológicas dos poços de onde foram retirados, por mais truncadas e mal definidas que possam ser”, finalizou Tony Pollard.

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