O Twitter baniu inúmeros usuários que criticaram a participação de um homem biológico que participou da final de um campeonato feminino de futebol gaélico — uma mistura de três modalidades: futebol de campo, rúgbi e handebol. O torneio foi disputado este mês por jovens na Irlanda. O atleta, que tem 30 anos, é uma mulher trans chamada Giulia Valentino.
“Estou de volta depois de ter minha conta bloqueada desde 5 de agosto por ‘conduta odiosa’”, disse uma usuária. “Deixe-me dizer antecipadamente. Eu chamei um homem de homem. Onde está o ódio?”.

Alguns tiveram suas contas bloqueadas temporariamente, mas muitos foram banidos por seus comentários acerca do ocorrido.
They’ve got her again ? @Aja02537920
Nothing wrong as far as I can see, unless mentioning ‘aging balding maIes’ is now a twitter violation too ? ??? pic.twitter.com/x3n1wLN7Sv— SFW Kellie-Jay Keen #AdultHumanFemale (@StandingforXX) August 5, 2022
Com a presença da atleta trans Giulia Valentino, o time Gaeil Aeracha venceu o torneio ao derrotar o Na Fianna.
Participação de trans no esporte
A discussão sobre a participação de homens biológicos em modalidades femininas não é nova. Em julho deste ano, por exemplo, Lia Thomas, atleta trans norte-americana, recebeu uma indicação ao prêmio “Mulher do Ano”, da National Collegiate Athletic Association (NCAA), que organiza a maioria dos campeonatos esportivos universitários nos EUA.
Thomas competiu como homem por três anos antes de partir para a disputa feminina. Segundo informou a NCAA, o prêmio é destinado a congratular “conquistas acadêmicas, excelência no atletismo, serviço comunitário e liderança de atletas universitárias graduadas”.
Crítica à presença de homens biológicos em competições femininas, a comentarista política Ana Paula Henkel, em artigo publicado na Revista Oeste, alegou que a prática é um desrespeito às mulheres e ao público feminino.
“Há mais de cinco anos venho escrevendo e falando sobre o que jamais poderíamos imaginar, principalmente nós mulheres: ver homens biológicos competindo no esporte feminino”, disse. “Já escrevi uma carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional detalhando todos os pontos absurdos dessa política nefasta de identidade de gênero que vem prejudicando meninas e mulheres.”
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