O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes marcou para as próximas duas semanas as audiências das testemunhas dos núcleos 3 e 4 da suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.
As audiências estão previstas para ocorrer entre 14 e 23 de julho — período em que também serão ouvidas as testemunhas do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Os dois núcleos representam réus dos chamados “kids pretos” e do grupo da “desinformação”.
As oitivas dos núcleos 3 e 4 ocorrerão no mesmo calendário das audiências do núcleo 2, que reúne os acusados de usar a máquina pública, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), para dificultar o acesso de eleitores aos locais de votação no segundo turno das eleições de 2022.
Os réus e a PGR indicaram, no núcleo 3, 39 testemunhas. Já no núcleo 4, foram apontadas 33 testemunhas pelos réus e Gonet. Em ambos os casos, o delator e ex-ajudante de ordens Mauro Cid foi incluído por colaborar com as investigações — ele deverá ser ouvido apenas uma vez, já que está citado nas duas audiências marcadas para a mesma data.
Veja quem são os réus do núcleo 3:
- Bernardo Romão Correa Netto – coronel do Exército;
- Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira — general da reserva do Exército;
- Fabrício Moreira de Bastos — coronel do Exército;
- Hélio Ferreira Lima — tenente-coronel do Exército;
- Márcio Nunes de Resende Júnior — coronel do Exército;
- Rafael Martins de Oliveira — tenente-coronel do Exército;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo — tenente-coronel do Exército;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior — tenente-coronel do Exército;
- Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros — tenente-coronel; e
- Wladimir Matos Soares — policial federal.
Segundo a PGR, os réus do núcleo 3 integravam a organização criminosa que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. A acusação aponta que, em 28 de novembro de 2022, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial, os réus se reuniram para discutir a elaboração de uma carta de teor golpista a ser enviada aos comandantes das Forças Armadas.
Além disso, afirma a PGR, o grupo planejava ações para provocar um fato com forte impacto e mobilização social, o que permitiria a Bolsonaro e seus aliados avançarem no plano golpista. Entre essas ações, estariam o assassinato de autoridades, como o próprio Lula, o ministro Alexandre de Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Veja quem são os réus do núcleo 4:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros – major da reserva do Exército;
- Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército;
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
- Giancarlo Gomes Rodrigues – subtenente do Exército;
- Guilherme Marques de Almeida – tenente-coronel do Exército;
- Reginaldo Vieira de Abreu – coronel do Exército; e
- Marcelo Araújo Bormevet – agente da Polícia Federal.
Segundo a PGR, os integrantes desse núcleo atuaram em frentes estratégicas de desinformação, com o intuito de minar a credibilidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral, além de pressionar as Forças Armadas a se envolverem no plano golpista.
Eles são acusados dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
[Metrópoles]
Descubra mais sobre
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.