Um processo aberto na quarta-feira passada, 13, na Justiça de San Francisco, acusa a Uber de não ter adotado qualquer providência efetiva para proteger as passageiras de assédio, sequestro, agressões e estupro por motoristas do aplicativo. Conforme reportagem do jornal britânico The Guardian, 550 mulheres figuram como vítimas no processo.
O advogado Adam Slater, sócio da Slater Slater Schulman, que representa as mulheres, disse que “embora a empresa tenha reconhecido essa crise de agressão sexual nos últimos anos, sua resposta real foi lenta e inadequada, com consequências terríveis”.
Segundo ele, a Uber poderia ter exigido o uso de câmeras nos veículos, feito uma checagem mais rígida dos antecedentes dos motoristas e criado um sistema de alerta quando o destino do veículo é alterado”. Slater disse que sua empresa está investigando outros 150 casos que podem ser incluídos no processo.
Ele acrescentou que a plataforma sabia desde 2014 que motoristas do aplicativo agrediam mulheres. “No entanto, embora a Uber estivesse totalmente ciente do problema de predadores sexuais, não tomou as precauções de segurança para proteger seus passageiros.”
O advogado citou o relatório de segurança divulgado pela empresa em junho do qual constam 141 denúncias de estupro nos EUA somente em 2020, e um total de 998 incidentes de agressão sexual.
Em nota, a empresa disse que “não há nada mais importante do que a segurança, e é por isso que a Uber criou novos recursos de segurança, estabeleceu políticas centradas no passageiro e foi mais transparente sobre incidentes graves”.
O processo instaurado nos EUA não tem relação com a investigação Uber Files, encabeçada pelo Guardian e que aponta práticas obscuras da empresa para se instalar em diversas cidades do mundo.
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