Alvo de sanções de diversos países em razão da ditadura que persegue opositores e reprime violentamente manifestações, a Venezuela quer que a União Europeia (UE) retire as restrições que lhe foram impostas desde 2014 e, em contrapartida, oferece ajuda energética, fornecendo gás e derivados de petróleo.
A proposta foi feita na quinta-feira 27, em discurso pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Carlos Faria, em um encontro de chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da UE, que está sendo realizada em Buenos Aires.
Segundo ele, o ditador “Nicolás Maduro está disposto a ajudar a UE a superar sua crise energética, com comércio justo, igualdade de condições e benefícios”. Para isso, disse Faria, “exigimos apenas a liberação de nossos ativos em bancos europeus e a suspensão do bloqueio econômico e financeiro contra a Venezuela”.
No discurso, o chanceler de Maduro também defendeu o “levantamento total e absoluto” de quaisquer sanções ou bloqueios contra países da América Latina e do Caribe.
Entre as sanções impostas pela UE e outros países, como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Suíça, Panamá, além de diversos países latino-americanos, estão embargos comerciais, revogação de vistos e autorizações para ingresso de autoridades venezuelanas, congelamento de contas e bens localizados nesses países.
Também em razão dessas sanções, a economia venezuelana está destruída, com uma hiperinflação, crise de alimentos e levando milhares de pessoas a fugirem do país.
No Twitter, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela publicou uma nota sobre as declarações de Faria.
? #EsNoticia | Canciller Faría exige a la UE levantar sanciones y condenar el bloqueo petrolero (+ Detalles) ?https://t.co/R18eNia5Mw#PuebloConCasaPropia
— Cancillería Venezuela ?? (@CancilleriaVE) October 28, 2022
“Temos recursos sequestrados, roubados, presos em instituições bancárias dos países membros da União Europeia. Temos ouro apreendido por um banco na Europa, o Banco da Inglaterra. Não podíamos comprar as vacinas quando mais precisávamos e aqui falamos do direito à vida, do respeito à vida. Isso deve ser reconsiderado, caros chanceleres”, discursou, referindo-se à compra de imunizantes durante a pandemia de covid-19.
Ao finalizar o discurso, pediu aos países europeus que condenem o bloqueio do petróleo e unam forças para retomar o “exercício de negócios saudável que sempre existiu entre nossa indústria petrolífera e as empresas petrolíferas europeias. Estamos prontos para reencontrar um novo relacionamento”.
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