O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), vice-líder do governo Bolsonaro, pediu nesta segunda-feira, 10, ao Ministério Público Federal (MPF), que tome providências contra um ato político da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL-RS), marcado para ocorrer na terça-feira, 11.
Conforme o parlamentar, a motivação do ato é a ida do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) a Pelotas. Hoje, durante coletiva de imprensa, o chefe do Executivo confirmou a visita ao município. O presidente deve visitar o Centro de Eventos da Fenadoce — Festa Nacional do Doce.
“Na quinta-feira 6, começou a circular nas redes sociais um áudio cuja autoria foi atribuída a Pedro Curi Halal, professor e ex-reitor da universidade, filiado ao PT”, informou o documento. “O objetivo do áudio seria promover uma manifestação contrária ao presidente Jair Bolsonaro, sob o pretexto de interesses da universidade.”
10.10.2022 pic.twitter.com/BJEIMNRGZi
— rute moraes ruth (@rutemoraesruth1) October 10, 2022
Na gravação, não é possível identificar de quem é a voz do locutor, mas ele instiga uma manifestação “em defesa da educação” com todos os estudantes da instituição. “Se preciso for, cancelamos aula”, declara a pessoa no vídeo. “Mas precisamos fazer um ato do tamanho do dele [Bolsonaro].”
Nas redes sociais do professor citado por Sanderson, é possível encontrar diversas publicações convocando os estudantes para a manifestação. “Todo mundo que defende a educação em Pelotas e a universidade devem estar na terça-feira no Largo do Mercado Público”, declara o docente no vídeo.
Terça-feira, aula pública. Mexeu com a UFPel, Mexeu com Pelotas. pic.twitter.com/3sTzxEaH9U
— Pedro Curi Hallal (@PedroHallal) October 9, 2022
Oeste teve acesso a um ofício da própria UFPEL cancelando as atividades presenciais, na terça-feira, e realocando as aulas para o “Largo do Mercado Público das 14 horas às 17 horas, com exceção daquelas atividades consideradas essenciais que devem seguir sua programação habitual”.
“A confirmar-se a autoria do áudio, estará claro o uso de prestígio funcional para chegar ao propalado objetivo antijurídico”, comunicou o texto do parlamentar. “Reside nisso flagrante de execução de atos ilícitos sob vários ângulos. Além disso, configura prestação de expresso apoio político à outra candidatura, haja vista não apenas a filiação do professor.”
Para o deputado, mesmo que os dois eventos sejam em lugares separados, estão a “poucos quilômetros de distância”.
Por fim, Sanderson solicita que o MPF retire imediatamente a recomendação da universidade de convocação do ato, que sejam apurados os fatos e promovida a responsabilização do responsável, e que, caso seja constatado o envolvimento de servidores públicos, sejam remetidos para apuração ministerial da Justiça Eleitoral.
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