Depois de demitir a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, e anunciar como substituto o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes, indicado por Arthur Lira para o cargo, na quarta-feira, o presidente Lula disse que não fez negociação e nem conversa como Centrão, mas sim com partidos políticos que elegeram bancadas.
“E eu fiz um acordo com o PP, com o Republicanos. Acho que é direito deles exigir do governo que eles gostariam de ter um espaço no governo. Indicaram uma pessoa que já esteve na Caixa, já foi na Caixa, já esteve no governo da Dilma, já foi do Ministério das Cidades, que tem currículo para isso. E eles juntos têm mais de 100 votos, e eu precisava desses votos para continuar o governo, afinal de contas faltam três anos e dois meses para terminar o mandato”, comentou Lula, durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Juntos, os partidos têm 90 deputados e dez senadores.
“Então, como o governo precisa do Parlamento e não é o Parlamento que precisa do governo, é importante que a gente tenha humildade de sentar para conversar em um momento de adversidade também. A gente não vive só de aplausos, a gente não vive só de coisas boas que a gente quer”, complementou.
Durante o encontro com a imprensa, Lula também foi questionado sobre as trocas de mulheres do primeiro escalão do governo por homens, caso de Rita Serrano e das ex-ministras Ana Moser (Esporte) e Daniela Carneiro (Turismo), e disse que às vezes “lamenta profundamente não poder indicar mais mulheres que homens no governo”.
“Acontece que quando você estabelece uma aliança com um partido político, nem sempre esse partido tem uma mulher para indicar. Mas isso não quer dizer que eu não possa no governo tirar homens e colocar mulher. Eu ainda posso trocar muita gente, eu só tô com dez meses de mandato. Sabe, eu posso ter uma maioria de mulheres, isso não tem problema. Apenas as circunstâncias da indicação do cargo é que o partido não tinha mulher para indicar. E se bem que eu pedi para fazer o esforço para indicar mulher, declarou Lula.
“Eu lamento, porque o que eu quero fortalecer no governo é passar a ideia de que a mulher veio para a política para ficar. Então pode ter certeza que ainda vai ter mais mulher no governo, em outros cargos, porque é uma disposição política minha de fazer isso. Quando partido tem que indicar uma pessoa e ele não tem mulher, eu não posso fazer nada”, complementou.
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