Foto ilustrativa da internet
Redução das taxas de lesão por pressão (escara) é um dos objetivos do Programa Nacional de Segurança do Paciente e exige atuação multiprofissional
Uma maçã com alterações em sua forma, cor e textura foi uma das formas encontradas por profissionais do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), vinculado à Rede Ebserh, para sensibilizar profissionais de saúde, pacientes e acompanhantes sobre a prevenção da chamada lesão por pressão.
A imagem da fruta “machucada” remete a feridas que aparecem na pele de pessoas que ficam muito tempo na mesma posição, geralmente acamadas ou com mobilidade reduzida. Dentre as consequências da lesão por pressão, estão dor, tempo de internação mais prolongado, aumento de custos com o tratamento e dificuldade na recuperação da saúde.
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Nesta quinta-feira, 18 de novembro, foi celebrado o Dia Mundial de Prevenção de Lesões por Pressão (escara). A data foi marcada por atividades educativas no Hospital Universitário, com distribuição de material educativo e exibição de vídeos, numa iniciativa da Comissão de Pele do hospital em parceria com o Setor de Gestão da Qualidade em Saúde e Segurança. O principal fator da lesão por pressão é a imobilidade da pessoa acamada ou em cadeira de rodas.
Os locais mais frequentes para o desenvolvimento de lesão por pressão são: região sacral, calcâneos (ossos do calcanhar), nádegas, quadril, cotovelo, orelhas e cabeça (região posterior). “Há várias medidas que ajudam na prevenção da lesão por pressão, como reposicionamento periódico do paciente, manter a pele sempre hidratada, secar bem a pele após o banho e deixar a pele livre de umidade e sujidade”, cita Gisele Carreiro, que é uma das enfermeiras da Comissão de Pele do HULW.
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“Quinta e sexta-feira estaremos com ações sobre prevenção de lesão por pressão no hall dos elevadores no térreo do HU. Na sexta, teremos uma demonstração de produtos utilizados na prevenção e a transmissão de web palestra na sala de telemedicina. Na próxima semana, faremos ações locais nas unidades de internação”, afirma.
Tema exige atenção multiprofissional
Gisele Carreiro explica que as lesões por pressão são decorrentes da interrupção do fluxo sanguíneo ocasionada pela pressão prolongada, comumente em locais de proeminências ósseas ou relacionadas ao uso de dispositivos de cuidado à saúde. Ela disse que a lesão por pressão é um tema que preocupa muito, pois os índices de ocorrência ainda são altos.
“No Brasil, estudos apontam taxas de lesão por pressão que variam de 1,4% a 5,3% em unidades de internação médico-cirúrgica e chegam a 69% em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva”, afirma. A redução das taxas de lesão por pressão é um dos objetivos do Programa Nacional de Segurança do Paciente e exige atuação multiprofissional.
“A prevenção da lesão por pressão é um desafio da instituição e que requer atenção multiprofissional. Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e outros profissionais têm grande contribuição a oferecer, para que consigamos prevenir e tratar esse tipo de lesão”, ressalta Gisele Carreiro.
Principais medidas para prevenir lesão por pressão
– Secar bem a pele após o banho e higiene nas trocas de fraldas;
– Usar sabonete neutro para banho e higiene íntima;
– Trocar a fralda sempre que estiver suja (fezes e/ou urina);
– Passar hidratante na pele ressecada;
– Não massagear locais de proeminências ósseas;
– Manter lençóis esticados, sem dobras e não arrastar o paciente sobre o leito;
– Se não houver contraindicações, estimular o paciente a andar e solicitar à equipe de enfermagem para sentá-lo na poltrona pela manhã e à tarde;
– Na hora do banho, olhar a pele do paciente, principalmente a região das nádegas, calcanhares e quadril; caso esteja com manchas avermelhadas, comunicar à equipe de enfermagem e ao médico;
– Realizar frequentemente a mudança de posição no leito;
– Manter os calcanhares elevados;
– Como a alimentação é muito importante na prevenção de lesões por pressão, enfermeiros, nutricionistas e médicos devem ser informados se o paciente não estiver aceitando a dieta hospitalar.
Angélica Lúcio – Jornalista HULW-UFPB/Ebserh