
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como “loucos” os apoiadores que pediam intervenção militar após as eleições de 2022. A declaração causou indignação entre antigos aliados e reacendeu críticas sobre o papel do ex-mandatário na articulação de atos antidemocráticos.
Durante sua gestão, Bolsonaro foi acusado de fomentar ataques às instituições democráticas, desacreditar o sistema eleitoral e incentivar uma retórica autoritária. Utilizando intensamente as redes sociais, ele angariou apoio de milhares de seguidores que, influenciados por discursos inflamados, passaram a defender abertamente uma ruptura institucional.
Vários desses apoiadores foram presos por envolvimento em atos considerados golpistas, como as invasões às sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Agora, muitos se sentem abandonados após o ex-presidente minimizar o movimento e tentar se descolar das consequências.
O depoimento também trouxe episódios controversos, como o pedido de desculpas de Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente admitiu que não tinha provas ao acusar ministros do STF de envolvimento em fraudes eleitorais. A atitude contrastou com o tom agressivo adotado por ele durante sua gestão.
Outro nome citado como reflexo da queda do bolsonarismo é a deputada federal Carla Zambelli. Condenada por envolvimento com hackers e por ameaçar um homem com arma em via pública, ela está atualmente foragida. Antes tida como uma das vozes mais leais ao ex-presidente no Congresso, hoje é apontada por Bolsonaro como uma das responsáveis por sua derrota nas urnas.
O episódio serve de alerta sobre os riscos da idolatria política e da desinformação. Para especialistas, é necessário diferenciar os executores dos atos antidemocráticos daqueles que os idealizaram. Nesse contexto, a maior responsabilidade recai sobre as lideranças que, com poder e influência, instigaram a ruptura da ordem democrática.
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